Hyon song-Wol é uma cantora e artista pop norte-coreana que vai liderar uma equipa de sete elementos que vai inspecionar os locais onde os artistas do país se vão apresentar nos Jogos de Inverno, na Coreia do Sul. E também a mulher com quem Kim Jong-un terá alegadamente tido/tem um romance.

Os rumores ditam que os dois se conhecem desde a adolescência e que iniciaram um romance quando Kim regressou da Suíça, onde estudou numa escola privada, no início dos anos 2000. No entanto, tiveram que se separar por ordem de Kim Jong-il, pai de Kim, que não aprovava a relação. Assim, a cantora terá casado, em 2006, com um soldado do Exército e o filho com Ri Sol-ju, sua esposa, em 2009. Só que com a morte de Jong-il, em 2011, Kim Jong-un terá reatado a relação.

A Coreia do Norte concordou na semana passada em participar nos Jogos Olímpicos de Pyeongchang, que se iniciam no dia 9 de fevereiro, a 80 km a sul da zona desmilitarizada que divide a península, num aparente momento de apaziguamento das tensões internacionais alimentadas pelos programas nucleares por parte de Pyongyang.

Durante as conversações que decorreram entre as Coreias no início desta semana, o líder coreano acordou em enviar uma orquestra composta por 140 músicos juntamente com a comitiva olímpica para os Jogos de Inverno. De acordo com o ministro da Unificação da Coreia do Sul, ficou estabelecido que a orquestra norte-coreana iria atuar nas cidades de Seoul e Gangneung, num acto que se espera que contribua para melhorar as relações entre ambas as nações e que recupere a "homogeneidade cultural".

Quem são as Moranbong, as "Spice Girls" norte-coreanas

De acordo com a Time, que escreveu sobre as Moranbong, este super-grupo do género pop, faz as delícias de Kim Jong-un. E Hyon song-Wol é uma das que compõem o seu elenco. A Fortune, em 2015, sugeriu que a banda seria a versão norte-coreana da banda britânica que fez furor na década de 90, as Spice Girls.

Não é certo quantos membros tem a banda. Segundo a Time, há fontes que indicam que são 10, mas existem outras que sugerem que são mais de 20. No entanto, a revista escreve que revolucionaram a cena musical norte-coreana com as suas interpretações de alguns sucessos ocidentais como "My Way", de Frank Sinatra, ou a música principal da banda sonora do filme "Rocky", com um toque especial de violinos elétricos.

Porém, ainda que assim seja, grande parte do seu repertório parece estar focado num tema: o próprio líder norte-coreano. “Como é que ele pode ser tão bondoso”, descreve uma balada. “O seu sorriso é tão caloroso e querido. Não tenho escolha senão ser levada por ele e pelo seu coração acolhedor”, versa outra.

Mas porque é esta banda relevante? Essencialmente porque costumam atuar em eventos de importância diplomática. Em 2015, tinham inclusivamente uma tour de três concertos marcados em Beijing, mas foi cancelada pelas autoridades chinesas devido à natureza “anti-americana” das letras — algo que iria fazer certamente escalar tensões internacionais com os Estados Unidos. Porém, recentemente, em 2016, reapareceram numa atuação para celebrar o teste de um míssil balístico.

A especulação sobre a atuação das Moranbong nos Jogos iniciou-se quando Hyon Song Wol, que terá sido promovida dentro do partido Central de Kim Jung-un em outubro e é uma figura reconhecida na Coreia do Norte, se sentou à mesa durante as negociações em Panmunjon.

Os espetáculos organizados para os Jogos Olímpicos serão os primeiros do género desde 2002, quando Pyongyang enviou 30 cantores e dançarinos a Seul para uma manifestação a favor da unificação.

As duas Coreias concordaram em desfilar juntos sob uma bandeira unificada na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno e formar uma equipa conjunta de hóquei no gelo feminino. A constituição desta equipa coreana é considerada um marco na história olímpica.

[Artigo atualizado às 19:04]