A primeira a reagir foi a comentadora da SIC Notícias e ex-deputada do Parlamento Europeu, Ana Gomes, que partilhou a notícia da morte do opositor russo com a frase "Russians, raise up!" ("Russos, levantem-se!", em tradução livre), na rede social X (antigo Twitter).

Também o deputado europeu e líder do CDS, Nuno Melo, reagiu na mesma rede social: "Os apoiantes de Putin em Portugal podem levar mais esta morte e este ataque à resistência pela democracia na consciência", disse.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, também recorreu ao X e partilhou uma fotografia do antigo opositor.

"Presto homenagem a Alexei Navalny, que resistiu ao regime de Putin e lutou pela democracia na Rússia", disse o ministro português.

"Putin, que exerceu o seu poder arbitrário prendendo-o em circunstâncias cada vez mais draconianas, é responsável pela sua morte. Condolências à família e ao povo russo", acrescentou também.

Posteriormente, João Gomes Cravinho, responsabilizou o presidente russo, Vladimir Putin, pela morte do opositor Alexei Navalny, assim como por muitas outras mortes, e admitiu a intensificação de sanções à Rússia.

“Temos aqui mais este caso trágico, de Alexei Navalny, uma figura de grande relevo na política russa, que teve a ousadia de desafiar Putin. Foi envenenado, esteve a recuperar durante algum tempo, quis regressar à Rússia, foi imediatamente preso e nos últimos tempos as notícias que fomos recebendo foram de prisões cada vez mais duras para Alexei Navalny, portanto é evidente que Putin é o responsável pela morte de Alexei Navalny, tal como é responsável por tantas outras mortes”, disse o governante em declarações à RTP3 a partir de Munique, na Alemanha.

Gomes Cravinho sublinhou que Putin é o responsável pelo regime que instituiu, “uma ditadura” que coloca sistematicamente “os seus opositores na prisão ou no exílio”.

“Em alguns casos vemos mortos, são muitas mortes de pessoas que, de uma maneira ou outra, se opuseram a Putin”, lamentou.

Questionado sobre uma posição concertada a nível internacional, nomeadamente no seio da União Europeia, o ministro referiu que na segunda-feira, em reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros, em Bruxelas, o tema será seguramente abordado.

“Irá haver dentro de poucas semanas eleições presidenciais na Rússia, mas obviamente que são uma farsa, são como as eleições que existiam em Portugal antes do 25 de Abril ou eleições que decorrem de forma rotineira em ditaduras, mas cujo resultado já se sabe de antemão”, destacou.

“Não temos nenhuma ilusão sobre a natureza do regime”, acrescentou.

“Já instituímos um conjunto de sanções à Rússia devido à invasão da Ucrânia, portanto vamos ver. Estamos a discutir o 13.º pacote de sanções. Não estamos minimamente surpreendidos, nem nós em Portugal, nem os nossos parceiros da UE com mais esta manifestação do regime da Rússia. Vamos seguramente intensificar as sanções, seja por causa da invasão da Ucrânia, seja por causa também daquilo que é a opressão ao povo russo”, garantiu João Gomes Cravinho.