“Precisamos de um trabalho conjunto, entre várias áreas do governo, desde logo a saúde e a área social, e também com os municípios a servirem de catalisador deste processo, que é a melhoria dos cuidados às pessoas mais idosas dependentes de apoio social, aquilo a que temos chamado o tema das altas sociais” avançou.

No final de uma reunião com a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), que decorreu esta tarde em Coimbra, Manuel Pizarro aludiu à dificuldade que os hospitais sentem na hora de dar alta a pessoas que já não precisam de internamento, mas que não podem ir para sua casa e precisam de uma resposta social.

“Estamos profundamente convencidos que há aqui um papel muito importante que os municípios podem ter, em ajudar o governo a encontrar uma solução adequada, sendo que o governo tem também que ser chamado do ponto de vista da saúde e da área social”, sublinhou.

De acordo com o ministro da Saúde, numa primeira fase será feita uma melhor identificação dos recursos que a comunidade tem e a forma como podem ser utilizados de forma integrada.

“Talvez sejam mesmo os municípios que podem ajudar a que isso seja feito, porque os municípios têm um conhecimento muito profundo da realidade do local. Mais profundo do que pode ter o Ministério da Saúde ou Ministério dos Assuntos Sociais”, admitiu.

O governante confirmou ainda que na reunião foi discutido o tema do mapeamento das intervenções a realizar para melhorar a rede de edifícios dos cuidados de saúde primários, que estima que esteja completamente concluído no final do mês de maio.

“Felizmente, temos muitos processos em curso, projetos e obras, com financiamento do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], mas sabemos que isso não vai resolver todos os problemas. Também temos de imaginar como é que vamos utilizar os recursos do próximo Quadro Comunitário de Apoio Portugal 2030, para completar este trabalho”, referiu.

Luísa Salgueiro, presidente da ANMP, vincou o papel dos municípios nestas situações, que conhecem melhor o “terreno” e que em resposta chegam mesmo a financiar obras na casa destas pessoas.

“Queremos fazer reflexões em conjunto, não apenas tratar do que está pendente nesta descentralização de competências, mas avançar para novas respostas na área das competências da saúde e sociais”, afirma.