“A guerra não será travada nem por Haia [sede do TIJ] nem pelas ameaças do eixo do mal”, afirmou o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, numa declaração transmitida pela televisão ao país, na véspera de serem assinalados os 100 dias da guerra contra o grupo islamita palestiniano Hamas.

A ofensiva israelita na Faixa de Gaza, território controlado pelo Hamas desde 2007, começou a 07 de outubro, depois de o grupo islamita ter levado a cabo um ataque em território israelita que matou cerca de 1.200 pessoas e fez mais de 200 reféns.

Na intervenção, Netanyahu referiu-se repetidamente ao “eixo do mal”, no qual enquadrou o Hamas, o movimento xiita libanês Hezbollah e os Huthis do Iémen, grupos apoiados pelo Irão que lançaram numerosos ataques contra Israel nos últimos meses.

“Estamos no caminho da vitória e não vamos parar até a alcançarmos. Não há nada que nos comprometa e não há ninguém que nos possa parar”, afirmou o primeiro-ministro israelita, que prometeu mais orçamento para financiar a guerra.

O primeiro-ministro referia-se ao processo de genocídio aberto no Tribunal Internacional de Justiça, o principal órgão jurisdicional da ONU com sede em Haia, a pedido da África do Sul, que pediu injunções para um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, onde mais de 23.800 pessoas já foram mortas em quase 100 dias de guerra.

“Não vamos parar até eliminarmos o Hamas para sempre e trazermos os reféns de volta”, insistiu Netanyahu sobre esta guerra, que, segundo ele, não é apenas de Israel, mas de todo o mundo.

“Esta é a guerra dos filhos da luz contra os filhos das trevas. Esta é contra o eixo do mal liderado pelo Irão, os Huthis, o Hezbollah e o Hamas”, acrescentou Netanyahu, prometendo que “o que aconteceu a 7 de outubro não voltará a acontecer”.

O discurso de Netanyahu foi proferido minutos antes do início de um protesto de 24 horas em Telavive, assinalando os 100 dias de guerra, lançado pelas famílias dos reféns para exigir que o Governo israelita faça tudo o que for necessário para os trazer de volta a casa o mais rapidamente possível.

Estima-se que 136 reféns ainda se encontrem na Faixa de Gaza, embora se pense que 25 estejam mortos.