“Eu disse que não tínhamos a possibilidade de derrotar o Hamas sem entrar em Rafah e eliminar os batalhões restantes. Eu disse-lhe que esperava fazer isso com o apoio dos Estados Unidos, mas, se for necessário, faremos sozinhos”, afirmou o chefe do Governo israelita em comunicado após o seu encontro em Telavive com o chefe da diplomacia norte-americana.

“Disse-lhe que apreciava muito o facto de termos estado unidos na guerra contra o Hamas durante mais de cinco meses. Disse-lhe também que reconhecíamos a necessidade de retirar a população civil das zonas de guerra e de cuidar das necessidades humanitárias. E é claro que estamos a trabalhar nesse sentido”, acrescentou Netanyahu.

Os dois dirigentes conversaram cerca de 40 minutos esta manhã.

Além da urgência de aumentar a ajuda humanitária no território palestiniano, os Estados Unidos defendem que Israel deveria abster-se de lançar uma grande ofensiva terrestre em Rafah.

Na grande cidade do sul do enclave palestiniano encontram-se cerca de 1,5 milhões de pessoas, segundo a ONU, a grande maioria deslocadas pela guerra desencadeada entre Israel e o grupo islamita.

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada em 7 de outubro com um ataque em solo israelita do movimento islamita palestiniano Hamas, que deixou 1.163 mortos, na maioria civis, levando ainda cerca de 250 reféns, dos quais 130 dos quais permanecem em cativeiro no enclave.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra total para erradicar o Hamas, tendo sido mortas nas operações militares no enclave mais de 31 mil pessoas, na maioria mulheres e crianças, de acordo com as autoridades locais, controladas pelo grupo palestiniano.

O conflito, que ameaça alastrar a várias regiões do Médio Oriente, fez também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o território palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária.