Donald Trump despediu o chefe de gabinete da Casa Branca, Reince Priebus, e substituiu-o pelo até agora secretário de Segurança Interna, o general John Kelly. O anúncio foi feito ao início desta noite no Twitter de Trump.
"Tenho o prazer de vos informar que acabei de nomear o General/Secretário John F. Kelly como chefe de Gabinete da Casa Branca. Ele é um grande americano e um grande líder. O John fez também um trabalho espetacular na Segurança Interna. Tem sido uma verdadeira estrela na minha administração.
Gostava de agradecer a Reince Priebus pelo seu serviço e dedicação ao país. Conquistamos muitas coisas juntos e estou orgulhoso dele", pode ler-se na conta pessoal do presidente dos Estados Unidos da América.
O despedimento de Priebus não é surpresa, já que o até agora chefe do gabinete da administração Trump foi ontem alvo de um violento ataque do novo diretor de comunicações da Casa Branca, Anthony Scaramucci, que há uma semana veio substituir Sean Spicer.
A saída de Priebus tornou-se, assim, uma questão de tempo, depois da divulgação das declarações de Anthony Scaramucci, à New Yorker, em que o classificou como “um esquizofrénico paranoico, um paranoico”. Além do ataque a Priebus, divulgado na noite de quinta-feira, Scaramucci fez outros, com recurso a linguagem grosseira.
Priebus, que ocupou durante vários anos a presidência do Comité Nacional do Partido Republicano, foi fundamental na formação do governo após as eleições, no comité de transição. No entanto, a chegada de Anthony Scaramucci à Casa Branca como novo diretor de Comunicações definiu o destino de Priebus. De acordo com Scaramucci, Priebus bloqueou durante cinco meses sua chegada à Casa Branca.
Além disso, Scaramucci chegou à conclusão de que Priebus era o principal responsável pela sequência de fugas de informação para a imprensa, incluindo dados internos da Casa Branca e informações comprometedoras.
Scaramucci foi nomeado em 21 de julho por Trump. Este financeiro de Wall Street tem-se desmultiplicado em declarações polémicas e já prometeu grandes mudanças na comunicação do executivo dos EUA.
Um dos seus grandes objetivos é parar com as fugas de informação e as revelações sobre o governo de Trump, que fazem as delícias da imprensa.
Em texto publicado na noite de quinta-feira pela New Yorker, o correspondente desta publicação em Washington relata uma conversa telefónica que teve na véspera com Scaramucci, furioso com uma mensagem deste jornalista na rede social Twitter revelando um jantar entre Trump, a sua esposa, Melania, e dirigentes da cadeia televisiva Fox News.
“Quem vos disse isso?”, perguntou Scaramucci.
Perante a recusa do jornalista em revelar a sua fonte, o novo dirigente da comunicação da Casa Branca ameaçou: “Vou eliminar toda a equipa de comunicação e começar do zero! Vou despedi-los todos”.
Ainda segundo este artigo, Scaramucci atacou depois, de forma particularmente grosseira, o secretário-geral da Casa Branca, Reince Priebus, um dirigente do Partido Republicano do qual suspeita ser o organizador das fugas de informação.
Depois, com recurso a um vocabulário sexual extremamente grosseiro, Scaramucci atacou Steve Bannon, o muito polémico estratega da Casa Branca, próximo da extrema-direita, a quem acusou de ter a sua própria agenda: “Eu não sou Steve Bannon. Não procuro chupar o meu próprio pénis”.
Perante a polémica provocada por tais declarações, Scaramucci procurou emendar a mão. Na rede social Twitter colocou a mensagem “Por vezes, exprimo-me com uma linguagem colorida. Vou abster-me de o fazer, mas não vou renunciar ao meu combate apaixonado pelo programa de @realDonaldTrump”.
Nascido em Long Island, no Estado de Nova Iorque, numa família de imigrantes italianos de classe média, diplomado por Harvard, com uma passagem pelo banco Goldman Sachs, responsável por fundos de investimento para clientes riquíssimos, Scaramucci é um grande contribuinte para o partido republicano.
Em 2012, foi tesoureiro da campanha presidencial de Mitt Romney.
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