Falando aos jornalistas, após visita ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), em Lisboa, João Galamba foi questionado sobre o trabalho dos peritos que estão a avaliar a localização do futuro aeroporto.

O ministro das Infraestruturas negou qualquer tipo de conflito com o facto da coordenadora da Comissão Técnica Independente (CTI), Rosário Partidário, ter feito parte da equipa do LNEC que esteve no estudo que depois levou a uma das opções em 2008.

“A coordenadora da CTI fez o estudo que lhe foi pedido comparando duas alternativas e agora encabeça uma equipa multidisciplinar, muito vasta, cuja competência técnica não é posta em causa por ninguém, cuja composição não foi indicada pelo poder político”, justificou.

O governante defendeu que “houve entidades independentes de reconhecida competência técnica que fizeram as sugestões”.

“Temos todas as condições para ter aqui, de facto, um estudo sério que é o que se pretende”, disse.

Para João Galamba, “o facto de uma pessoa ter no passado feito um estudo sobre uma alternativa em concreto não invalida de todo” o desempenho de futuras atividades.

“Mostra apenas que tem competência na área e já trabalhou no setor. Estranho seria se quem coordenasse este tipo de estudo não tivesse qualquer experiência nem nunca tivesse tido qualquer envolvimento”, acrescentou.

Questionado sobre eventuais atrasos na entrega do estudo, o ministro da tutela salientou que, como a coordenadora da CTI explicou na semana passada, apesar de ter havido um atraso, os “trabalhos estão a decorrer com normalidade e até bastante acelerados. O prazo de entrega do estudo mantém-se igual ao inicial, isto é, no final do ano”, disse.

Ainda assim, e apesar de não ser o cenário central, admite que “num cenário pior” abriu-se a porta a que a entrega pudesse ocorrer no início de janeiro.

Na semana passada, o Governo autorizou o LNEC a fazer ajustes diretos quando o valor for inferior a 215.000 euros para a realização de trabalhos pela Comissão Técnica Independente (CTI), depois de a coordenadora da CTI ter indicado que apenas estão contratados quatro dos 25 estudos necessários. Ainda assim, Rosário Partidário garantiu que os atrasos estão a ser absorvidos.