O médico especialista vai deixar a medicina para se dedicar à Câmara que conquistou para o PS, depois de 16 anos de poder do PSD. Benjamim Rodrigues confessou à Lusa que quando se candidatou a sua expectativa era poder exercer simultaneamente medicina, que era isso que o atraía e que queria.

“Simplesmente, cerca de três meses antes alteraram as regras do jogo e isso foi muito mau. Porque não há muitos cirurgiões autarcas e para um cirurgião, de facto, é importante manter alguma prática nem que seja uma vez por mês. Era isso que eu queria”.

Perante este impedimento legal, como disse, provavelmente vai ter que se “sujeitar a quatro anos sabáticos” e promete que o desafio autárquico “é para levar até ao fim”, também em resposta a alguns críticos que o acusaram de pretender ganhar a Câmara e sair a meio do mandato.

“São quatro anos para cumprir”, sublinhou, acrescentando que se “vir que realmente está a ser gratificante” não põe “de parte a hipótese de deixar definitivamente a profissão de cirurgião”.

O socialista, que toma posse na segunda-feira, afirmou que ficou “surpreendido com a margem tão confortável” da vitória, perto de 600 votos de diferença em relação à coligação PSD/CDS-PP.

Organizar o município, criando uma nova orgânica e “justiça e equilíbrio” nas funções e nomeações entre colaboradores, é uma das prioridades do novo autarca.

Benjamim Rodrigues diz que está “à espera do pior” em relação à situação financeira do município, mas entende que “qualquer gestão que se comece de novo tem de ter isso em linha de conta”.

As apostas para o mandato passam por “criar novas acessibilidades para os concelhos vizinhos” e adiantou estar já em negociações para criar parcerias nessa área, nomeadamente com o concelho vizinho de Mogadouro.

Benjamim Rodrigues exemplificou com a freguesia de Talhas, onde a população para se deslocar a Mogadouro “tem de dar uma volta pela única estrada, por falta de equilíbrio no planeamento que foi feito no IC5”.

“Há duas pontes que distam 500 metros uma da outra, bastaria haver uma e construir uma outra na freguesia de Talhas e ter acesso a Mogadouro evitando fazer cerca de 20 quilómetros”, concretizou.

O novo autarca quer também “arranjar parceiros para criar uma plataforma logística”, que descreveu como “um centro rodoviário de longa distância com possibilidade de área de serviço, restauração, hotelaria, armazenamento inclusive com câmaras frigoríficas”.

O regresso do Ensino Superior a Macedo de Cavaleiros consta também das propostas do novo autarca, assim como a diversificação cultural com novos festivais, nomeadamente de teatro e cinema.

Mais difícil de concretizar será a bandeira de campanha: um centro especializado em trauma no Hospital de Macedo de Cavaleiros.

Benjamim Rodrigues disse à Lusa que já conversou com o Governo e “a limitação é sempre a mesma: é financeira e depois também a questão da sede de distrito”, que é em Bragança.

O presidente eleito continua a defender que a ideia seria inovadora em Portugal e que se justificava no distrito de Bragança, pela centralidade de Macedo de Cavaleiros em relação ao resto da região e pelo número de acidentados, concretamente com máquinas agrícolas como os tratores.

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