Esta decisão esteve rodeada de polémica, já que na ex-colónia britânica é vista como mais uma demonstração da interferência de Pequim no território, que constitui uma das duas regiões administrativas especiais chinesas, a par de Macau.

A Xinhua informou que o órgão legislativo chinês ratificou o acordo firmado em 18 de novembro entre o governo de Hong Kong e a vizinha província chinesa de Cantão, pelo que haverá controlo de passaportes e aduaneiros na estação de Kowloon Oeste, de onde vão partir comboios com destino à China.

Até agora, a rede ferroviária chinesa chega até à fronteira, de facto, entre a China e Hong Kong, na cidade de Shenzhen, mas a nova linha de comboios de alta velocidade entre Cantão e a antiga colónia britânica, com paragem na referida estação da península de Kowloon, vai mudar esta situação.

Também vão ser efetuadas inspeções de bagagens e aplicadas medidas de prevenção e quarentena, de acordo com o documento aprovado pela Assembleia Nacional para a nova estação, cuja inauguração deverá acontecer no terceiro trimestre de 2018.

Os críticos da alteração legal apontam que este é outro exemplo da redução de autonomia sofrida por Hong Kong em relação à China, e que se tornou especialmente palpável com a perseguição a organizações e ativistas opositores do regime comunista.

O movimento ‘Occuppy’, também conhecido por ‘Revolução dos Guarda-Chuvas’ em 2014, em que milhares de pessoas pediram a eleição democrática do líder do governo de Hong Kong, firmou as bases para uma crescente desconfiança entre os dois territórios, assim como o nascimento de movimentos independentistas, ainda que minoritários, na ex-colónia.

A ligação da alta velocidade a Hong Kong vai permitir à cidade, que este ano completou 20 anos desde o retorno à soberania chinesa, ligar-se à rede de comboios rápidos da China, que com mais de 20.000 quilómetros em funcionamento e muitos outros em construção é a maior do mundo.

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