“Visitei 11 assembleias de voto, cada uma tinha em média cinco, seis salas”, realçou Duarte Marques em contacto com a agência Lusa, minutos depois de as últimas assembleias de voto do crucial referendo presidencialista na Turquia terem encerrado, pelas 17:00 locais (15:00 em Lisboa) – nas regiões orientais do país as suas portas fecharam uma hora antes.

O parlamentar social-democrata, que fez parte da delegação de observadores do Conselho da Europa, esteve em Istambul e diz ter sido bem recebido, embora alguns cidadãos tenham ficado “desconfiados” com a presença dos observadores.

“Na região de Istambul, onde andei, correu tudo bem”, prosseguiu, antes de lamentar o único incidente de registo no referendo, que ocorreu numa assembleia de voto na província de Diyarbakir (sudeste), com um balanço de três mortos e vários feridos, após uma discussão entre membros de uma família.

E concretizou: “Houve uma participação acima das expectativas, acima dos 90%, em alguns locais de voto”.

O Conselho da Europa é uma organização que congrega 47 países, incluindo os 28 da União Europeia e, na segunda-feira, dia imediatamente a seguir ao referendo, haverá uma primeira apresentação de conclusões da missão de observação no terreno.

O “sim” lidera com ampla margem a contagem dos votos no referendo realizado hoje na Turquia sobre o reforço dos poderes presidenciais, segundo resultados parciais citados pela televisão NTV.

Depois da contagem dos votos de 25% das urnas, o “sim” liderava com 63,2% e o “não” contabilizava 36,8% dos votos.

A Turquia decidiu, numa consulta popular sobre a substituição do atual modelo parlamentar por um sistema presidencialista, uma consulta que se tornou num autêntico plebiscito sobre a identidade da nação e cujo resultado determinará o seu modelo político e redefinirá as suas relações com a União Europeia (UE).

Cerca de 55,3 milhões de turcos foram chamados às urnas e previa-se um resultado muito disputado, quando as sondagens indicaram a possibilidade de vitória do “sim”, que reforçaria os poderes do Presidente islamita-conservador Recep Tayyip Erdogan, ou do “não”, uma opção apoiada pelos setores laicos e pelo partido pró-curdo.

Cerca de 380.000 polícias e guardas foram deslocados em todo o país para garantir a segurança do referendo.

Não existem sondagens à boca das urnas e os ‘media’ estão proibidos de divulgar os resultados até às 19:00 (hora de Lisboa), apesar de a Alta Comissão Eleitoral poder antecipar o anúncio.