
"A Comissão Europeia tem falhado muitas vezes e o que nós devemos fazer é o melhor debate do Orçamento do Estado, pensando no que o país precisa, muito mais do que nos avisos tantas vezes errados da Comissão Europeia", respondeu Catarina Martins aos jornalistas à margem de uma visita ao Alto Comissariado para as Migrações, em Lisboa.
A Comissão Europeia considerou hoje que a proposta de Orçamento do Estado de Portugal para o próximo ano coloca um risco de incumprimento do Pacto de Estabilidade e Crescimento, pedindo medidas se estas se revelarem necessárias.
"O Bloco de Esquerda não tem uma enorme confiança nas previsões da Comissão Europeia, nem acha que a Comissão Europeia seja necessariamente o aliado que o país precisa para as opções orçamentais que deve fazer", considerou a líder bloquista.
Catarina Martins lembrou que, no início desta legislatura, Bruxelas "ameaçava o país com sanções" e "dizia que subir o salário mínimo nacional ia provocar desemprego quando, de facto, tem sido criado emprego".
Já sobre o facto de Bruxelas ter decidido abrir um procedimento por défice excessivo a Itália com base na dívida, a coordenadora bloquista defendeu que o país devia ter "avisos claros da União Europeia sobre a sua política de negação de direitos humanos".
"Em relação ao défice não tem razão até porque há outros países da União Europeia com défices mais altos que não têm este tipo de procedimentos. Eu diria que a Comissão Europeia consegue errar duas vezes: consegue errar a fazer sanções pelo tema errado, consegue errar quando não chama a atenção para os problemas que, de facto, a Itália tem no respeito pelos direitos humanos", criticou.
Na opinião de Catarina Martins, "o Governo italiano tem feito perseguição a minorias e tem negado as convenções internacionais que obrigam à forma como, por exemplo, os refugiados são recebidos".
"E, sobre isso, era importante que a União Europeia falasse porque efetivamente estão a ser quebradas leis do direito internacional, de direitos humanos, que precisam de uma palavra forte", apelou.
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