Em declarações aos jornalistas no parlamento, o deputado social-democrata António Leitão Amaro afirmou que, com base nas audições de responsáveis da Autoridade Tributária, esta semana, "a grande maioria das declarações só poderiam ser fiscalizadas durante o atual Governo".

Segundo essa informação citada por Leitão Amaro, 18 das 20 declarações sem tratamento foram entregues a partir do verão de 2015, sete após as eleições legislativas desse ano e 4 durante o ano de 2016.

Leitão Amaro insistiu que "18 das 20 declarações só poderiam ser fiscalizadas pelo atual Governo".

O deputado social-democrata recordou ainda as "infelizes insinuações" do primeiro-ministro, António Costa, no debate quinzenal, sobre a falta de fiscalização das transferências de 10 mil milhões de euros de 2011 a 2014, durante o governo PSD/CDS-PP.

Os sociais-democratas pedem ainda que sejam reverificadas as transferências anteriores a 2011, ou seja, durante os Governos PS de José Sócrates.

Menos de dez minutos depois, o PS respondeu, através do deputado Eurico Brilhante Dias, que acusou o PSD de "manobra política descarada". "Há limites para a criação de factos políticos alternativos", afirmou Brilhante Dias, manifestando indignação pelas acusações dos sociais-democratas.

O deputado socialista lembrou que os 10 mil milhões de euros transferidos sem tratamento inspetivo aconteceram entre 2011 e 2014, "integralmente na vigência do Governo" PSD/CDS-PP.

Para Eurico Dias, trata-se de uma "manobra política descarada", não havendo "uma única transferência" para "paraísos fiscais" depois da mudança de Governo.