Em comunicado, o Presidente do Conselho Nacional da AOFA, António da Costa Mota, lembrou as denúncias dos "eternos incumprimentos legais das sucessivas governações" feitas em outubro pela associação e disse que em novembro o Governo anunciou no parlamento, na apresentação do orçamento para o setor, que em 2023 as promoções tinham lugar no princípio do ano e não no fim.

"O modelo e o estilo das governações (atual e anteriores), guiadas por técnicas baseadas na “Gestão de Expectativas” e nos anúncios de “Inevitabilidades”, comprovam o ardil da atuação e da ação, e, salvo se por incompetência, são reveladores da premeditação em ludibriar permanentemente os militares e a generalidade dos portugueses", escreve a associação.

Diz ainda que a credibilidade tornou-se uma meta secundária e, assim, impossível de cruzar, "não fossem os trilhos escolhidos baseados no embuste, na simulação, nos artifícios e nos truques de pequena política, torpes e que levam inevitavelmente à desconfiança por parte dos cidadãos".

Passados mais de 180 dias, a AOFA constata que, mais uma vez, se confirma que os processos de promoções não correm nos termos dos anúncios.

A falta de valorização militar gera, segundo a associação, uma ”perversão” da Instituição Militar e, consequentemente, das condições dos militares e civis que as servem, uma prática reiterada de incumprimento de sucessivas governações.

"As promoções dos efetivos, não ocorrendo na data da vacatura e no preceito estatutário, provocam manifesto prejuízo e distorções no exercício de cargos e funções, na progressão das carreiras, nas remunerações, nos cálculos definitivos das pensões de reforma, nos direitos dos militares e das suas famílias”, diz ainda.