“Oh Marcelo, meu amor, és o maior” ou “Deixe lá isso [pandemia da covid-19] de lado e dê cá dois beijinhos”, foram algumas das muitas frases que os moradores do Cerco dirigiram a Marcelo Rebelo de Sousa que, depois de ter cumprido o calendário oficial em dia de tomada de posse para um segundo mandato, decidiu estender a visita no Porto com uma ida à zona oriental da cidade.
A passo largo, e sempre acompanhado do presidente da câmara, o independente Rui Moreira, Marcelo Rebelo de Sousa circulou pelo barro e foi acenando aos moradores, tirando fotografias e conversando com o autarca sobre as obras em curso neste local que já havia visitado em 2016, altura em que as circunstâncias sanitárias lhe permitiram prolongar o trajeto e privar mais de perto com as pessoas que o interpelavam.
“Não se pode. Eu gostava, mas não se pode. Compreenda”, disse o Presidente da República a uma moradora que se aproximou a pedir um abraço. Já no que diz respeito aos pedidos de ‘selfies’, o chefe de Estado foi respondendo afirmativamente, mas procurava assegurar que mantinha distância.
Em resposta aos jornalistas, quando questionado se em contexto de pandemia não receia estes périplos que podem causar ajuntamentos, o Presidente da República apontou: “Por isso é que eu me distancio. Só não me consigo distanciar da Comunicação Social”.
Numa vista à qual chamou de “gesto simbólico” e na qual foi falado a espaços com os jornalistas enquanto caminhava, Marcelo Rebelo de Sousa também abordou a questão do desconfinamento, desejando que Portugal “não apanhe a ressaca da Europa”, onde “em alguns países as coisas estão a piorar”.
“Infelizmente a Europa tem alguns países a piorar. Isso não é uma boa notícia para nós. Nós estamos a melhorar. Vamos lá ver se conseguimos melhorar sem apanhar a ressaca da Europa para podermos fazer um desconfinamento que seja definitivo. É o que queremos”, afirmou.
Muito diferente do que aconteceu há cinco ano, quando na sua primeira tomada de posse também decidiu incluir o Porto no programa, mas neste bairro chegou mesmo a improvisar um ‘rap’ de hip hop na companhia de jovens residentes que faziam parte do projeto OUPA, liderado pela rapper Capicua, o percurso hoje durou cerca de meia hora e raras foram as paragens.
A visita ficou também marcada pelas explicações que Rui Moreira foi dando sobre as obras em curso.
Em causa uma empreitada de reconversão e requalificação do Bairro do Cerco que, de acordos com o anúncio do lançamento do concurso público publicado no Diário da República a 18 de fevereiro de 2019, está orçada em 6,1 milhões de euros e inclui 12 blocos.
“Tinha de ser [referindo-se à inclusão desta visita no programa de hoje] para ver a mudança. E está a mudar. Já mudou muito e estão ainda obras em curso de dois arquitetos diferentes, isto para mudar a vida das pessoas. Mas ainda há ainda prédios que precisam de mudar”, comentou Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe de Estado ainda teve tempo de interagir com algumas pessoas, como com o pequeno Rafael de três anos que a avó levou ao passeio da entrada do prédio para que visse “o senhor presidente dos afetos e do povo”, como lhe chamou e, antes de entrar no carro junto ao Centro de Emprego e Formação Profissional e dar por terminada a vista teve direito a um coro de aplausos e de “vivas”.
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