Mágicos e coelhos saídos da cartola, bruxas, magos, duendes, génios da lâmpada e personagens da floresta encantada, das histórias de Harry Potter, Alice no País das Maravilhas ou Carochinha e João Ratão foram alguns dos disfarces do desfile escolar do concelho, no distrito de Lisboa.

A mostrar gostar do Carnaval desde pequenos, Simão, de 10 anos, vinha mascarado de Harry Potter, enquanto os alunos da escola de Campelos surgiam de elfos da floresta.

Já Margarida, de 09 anos, disfarçada de coelhinha, acompanhava o grupo em que uns faziam de “mágicos e outros de coelhos, porque ‘magia e fantasia’ combina com mágicos e coelhos”.

“É uma alegria ver a juventude a garantir o futuro do Carnaval de Torres Vedras”, que em 2021 completa o primeiro centenário e que se candidatou em 2016 a Património Nacional Imaterial, sublinhou o presidente da câmara, Carlos Bernardes, à agência Lusa.

O Carnaval de Torres Vedras, que termina na quarta-feira, tem um orçamento de 800 mil euros e espera meio milhão de visitantes, a uma média de 80 a 100 mil por dia, a afluência de 2019.

Com a previsão de bom tempo, o autarca afirmou que as “expectativas são elevadas” e esse “número poderá ser superado”, consolidando Torres Vedras como destino turístico nesta altura do ano.

Os festejos geram receitas de cerca de 10 milhões de euros na economia local.

O evento mantém os habituais corsos diurnos e noturnos, em que desfilam os sete carros alegóricos, conhecidos pela sátira político-social, e milhares de foliões mascarados espontâneos, muitos dos quais disfarçados de matrafonas (homens mascarados de mulheres), como é típico no concelho.

O programa volta a ter quatro palcos de animação noturna ao ar livre, onde atuam os artistas Toy, no sábado, e Tio Jel, na segunda-feira, além de vários dj, até às 04:00, continuando a animação até de manhã nos bares e discotecas da cidade.

No monumento do Carnaval, inaugurado no início deste mês no centro da cidade, aludindo ao tema deste ano, o primeiro-ministro, António Costa, surge como o feiticeiro sábio em práticas de encantamentos e alquimia, fazendo cair os líderes da oposição no seu caldeirão.

Já o ‘aprendiz de feiticeiro’ Mário Centeno injeta a riqueza nacional na banca, enquanto Zé Povinho, vítima do feitiço político, continua adormecido no país das maravilhas, à espera de que a carga fiscal seja aliviada.

Joe Berardo, Ricardo Salgado e José Sócrates aparecem disfarçados de mágicos, cheios de talento nos seus truques.

Dada a afluência de visitantes, a organização decidiu alargar o recinto do corso nas noites de sábado e de segunda-feira, incluindo grande parte da zona de bares, e direcionar 119 mil euros do orçamento para a segurança.

As barreiras antiterrorismo vão voltar a existir junto às ruas do corso e há um reforço de oito para 12 câmaras de videovigilância no recinto, na zona histórica da cidade.

A PSP tem previsto um dispositivo de meio milhar de agentes, que vão orientar o trânsito e o estacionamento na cidade e estar atentos à condução sob o efeito do álcool, foi hoje divulgado em comunicado.

Durante os seis dias de festejos, vão ser realizadas ações de sensibilização para dissuadir o consumo de álcool e outras substâncias, anunciou a organização.