Os números no estado de São Paulo, Rio de Janeiro e Baía revelam “uma das semanas mais sangrentas dos últimos anos” no Brasil, onde a polícia lançou várias operações nos últimos dias para combater o tráfico de droga e o crime organizado em diferentes cidades do país, disse a porta-voz do gabinete, Marta Hurtado, num comunicado.

As mortes “seguem-se a casos de violência policial e alegações de execuções extrajudiciais nos últimos anos, em circunstâncias que nunca foram totalmente esclarecidas e pelas quais os responsáveis não foram responsabilizados”, acrescentou a porta-voz.

Hurtado sublinhou que as mortes em operações policiais diminuíram nos últimos anos no Brasil, mas ao mesmo tempo “aumentaram as mortes de pessoas de origem africana às mãos da polícia”.

“Os novos casos reforçam a necessidade urgente de desenvolver e implementar políticas e práticas adequadas para evitar violações dos direitos humanos durante as operações policiais”, acrescentou.

A porta-voz do gabinete chefiado pelo alto-comissário Volker Türk instou as autoridades brasileiras a efetuarem investigações independentes, exaustivas e imparciais sobre todos estes assassínios, “em conformidade com as normas internacionais em matéria de direitos humanos”.

“Lembramos também às autoridades brasileiras que a força só deve ser usada quando estritamente necessária e em conformidade com os princípios da legalidade, precaução e proporcionalidade”, concluiu o comunicado do escritório da ONU.