“O combustível ainda é urgentemente necessário para sustentar operações humanitárias vitais. As reservas atuais estão quase esgotadas, forçando a suspensão dos serviços de salvamento de vidas”, afirmou a agência da ONU no seu mais recente relatório.

A agência recorda que o combustível é essencial para o abastecimento de água corrente e para o funcionamento de hospitais, padarias e geradores elétricos, pelo que o seu acesso na Faixa de Gaza é uma das principais prioridades.

“As reservas de medicamentos e combustíveis estão a diminuir drasticamente, colocando em risco a continuidade dos serviços essenciais de saúde”, insistiu a UNRWA.

Na quinta-feira, a organização já tinha avisado que as operações humanitárias em Gaza poderiam ser forçadas a parar na noite desse dia, mas a ação humanitária das Nações Unidas continuou, principalmente nos seus abrigos para deslocados, apesar do esgotamento progressivo do combustível.

As atividades da UNRWA que continuam são a distribuição de alimentos e dinheiro aos deslocados, o fornecimento de combustível de emergência às unidades de saúde, o apoio psicossocial e campanhas de sensibilização para prevenir acidentes causados por explosivos que ainda não detonaram.

Organizações internacionais como a ONU ou a União Europeia, ONG e os governos de numerosos países solicitaram um aumento no acesso da ajuda humanitária a Gaza, que sofre bombardeamentos incessantes e indiscriminados por parte de Israel e que está à beira do colapso humanitário.

Hoje, o alto-comissário da ONU para os Refugiados (ACNUR), Filippo Grandi, apelou a que a UNRWA receba todos os recursos necessários, perante a ameaça de paragem das suas operações em Gaza.

“A UNRWA deve obter os recursos de que necessita, porque não só é uma tábua de salvação para milhares de pessoas, mas também representa um dos últimos restos de humanidade no meio da devastação”, disse Grandi numa breve mensagem publicada nas suas contas nas redes sociais.

Contudo, a UNRWA debate-se ainda com o problema de vítimas mortais entre os seus funcionários, devido ao conflito entre Israel e o grupo islamita Hamas.

Hoje, esta agência das Nações Unidas anunciou que aumentou para 39 o número de colaboradores mortos pelos bombardeamentos israelitas em Gaza, desde o ataque do Hamas a Israel, em 7 de outubro.

No total, 42 instalações desta agência já foram afetadas pelos bombardeamentos israelitas no enclave palestiniano.

De acordo com um relatório hoje divulgado, nas últimas 24 horas também cerca de 629 mil pessoas deslocadas internamente refugiaram-se em 150 instalações da UNRWA em toda a Faixa de Gaza, embora três escolas tenham sofrido danos colaterais devido a ataques nas proximidades, nos quais uma pessoa deslocada internamente foi morta numa das escolas afetadas e outras 15 sofreram ferimentos leves em outra.