“Toda a documentação no processo vai infirmar ou confirmar quem está a dizer a verdade”, afirmou Carla Marinho quando questionada sobre o esclarecimento de Carlos Silva que, hoje, em comunicado à imprensa, negou as acusações do ex-procurador Orlando Figueira, referindo que são uma tentativa “recente e oportunista de adulterar a realidade”.

Questionada sobre a possível acareação em julgamento entre Orlando Figueira e o presidente do BPA, a advogada disse que “há sempre essa eventualidade" e que por isso gostaria que Carlos Silva depusesse em julgamento.

Carlos Silva explica no comunicado que foi ouvido na fase de inquérito, na qualidade de testemunha e que no seu depoimento, no início de janeiro de 2017, diz que conheceu Orlando Figueira quando foi depor, como testemunha de um processo, ao Ministério Público, a pedido do procurador Rosário Teixeira, e que posteriormente tinham almoçado juntos.

No referido almoço, disse, não se recordar que Orlando Figueira se tenha oferecido para ir trabalhar para Angola e “muito menos de ter feito referências à remuneração que tinha como procurador”.

Orlando Figueira, que responde em tribunal por corrupção, branqueamento, falsidade e violação do segredo de justiça, alegou várias vezes a sua inocência e apontou o dedo ao presidente do BPA e a Daniel Proença de Carvalho, dizendo que ambos deviam ter sido constituídos arguidos.

Segundo Orlando Figueira, os contratos de trabalho que assinou com a Primagest foram para ir trabalhar para Angola para o BPA de Carlos Silva e que não cumpriu os compromissos e que este, por intermédio de Proença de Carvalho, lhe tinha tentado comprar o silêncio com a rescisão amigável do contrato de trabalho e respetivo pagamento de impostos.

A ‘Operação Fizz’, que tem ainda como arguidos o engenheiro Armindo Pires e o advogado Paulo Blanco, assenta na acusação de que o ex-vice-Presidente de Angola Manuel Vicente corrompeu Orlando Figueira, com o pagamento de 760 mil euros, para que este arquivasse dois inquéritos, um deles o caso da empresa ‘Portmill’, relacionado com a aquisição de um imóvel de luxo no Estoril.

Manuel Vicente foi acusado de corrupção ativa, mas o seu processo foi separado da ‘Operação Fizz’ no início do julgamento, numa altura de tensão nas relações diplomáticas entre Angola e Portugal e vários apelos públicos ao desanuviamento das mesmas.

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