A greve tem lugar depois de, no último domingo, 7,6 milhões de venezuelanos terem participado num plebiscito simbólico contra o chefe de Estado e após quase quatro meses de protestos, repressão, violência e bloqueios de estrada contra o regime, durante os quais pelo menos 94 pessoas foram mortas.

Hoje, várias zonas do leste e sul, onde a oposição é maioritária, registaram uma maior adesão à greve, que se fez sentir ainda com menor intensidade na parte oeste da capital e no centro de Caracas, onde, em Quinta Crespo (uma das zonas do centro) segundo dados não oficiais pelos menos 80% dos estabelecimentos comerciais abriram as portas, enquanto em localidades próximas as ruas estavam desertas.

O Metropolitano de Caracas funciona normalmente, com muito baixa afluência de passageiros. Os bancos abriram as portas e entre os comércios que não aderiram à greve estão os supermercados, entre eles a cadeia Central Madeira, propriedade de portugueses radicados na Venezuela.

Dezenas de pessoas foram detidas nas primeiras seis horas de protestos, principalmente em Altamira e Horizonte (ambas a leste) e em Montalbán (oeste) na sequência da repressão das forças de segurança, com denúncias de que em Los Teques, a população foi surpreendia pela Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militar) que terá chegado mesmo a derrubar portões de edifícios residenciais.

“Bloqueamos para deixar claro que vamos defender nas ruas a decisão de 7,6 milhões de venezuelanos. Greve cívica ativa, ninguém trabalha, não há diligências, bloqueia a tua rua”, lia-se nalguns cartazes apelando à população que adira à greve.

Ainda em Caracas, segundo diversas fontes, funcionários da GNB, teriam tentado dispersar, um grupo de manifestantes junto da sede do canal estatal Venezuelana de Televisão.

Os militares e afetos ao regime lançaram pedras contra os manifestantes e os jornalistas. Em resposta a população incendiou uma esquadra policial.

Fora da capital, há registos de grande adesão, em cidades como Valência, Barquisimeto, Maracaibo, Táchira, Puerto La Cruz e em Maracay, onde “coletivos” (grupos de motociclistas armados afetos ao regime) atacaram, com pedras, viaturas e apartamentos de alegados elementos afetos à oposição.

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