“Este ano vai ser decisivo. No final do ano, seremos a maioria no mundo ocidental. Estamos perante uma viragem soberanista, tanto nos Estados Unidos como na União Europeia [UE]”, disse Orbán, em Budapeste, no aniversário da revolução magiar contra o império dos Habsburgos, em 1848.

O primeiro-ministro enumerou os países onde as forças de direita e populistas ganharam nos últimos meses, como a Eslováquia, os Países Baixos e a Itália, e acrescentou que na República Checa “estão a acordar” e também na Áustria “estão a preparar-se”, enquanto nos EUA “rebelaram-se”.

O líder húngaro, que governa o país com maioria absoluta desde 2010, encontrou-se há alguns dias nos Estados Unidos com o candidato republicano à corrida presidencial e ex-presidente norte-americano, Donald Trump, com quem tem uma amizade pessoal.

Perante milhares de apoiantes no centro de Budapeste, Orbán disse que as forças pró-soberania “vão restaurar a vida normal”.

Referindo-se à UE, Orbán voltou a comparar Bruxelas a um império que “abandonou as pessoas, os agricultores, a classe média e as empresas”, limitando “os direitos das nações”.

O primeiro-ministro, considerado o melhor aliado de Moscovo entre os 27, afirmou que Bruxelas quer que toda a União participe na guerra na Ucrânia, algo que a Hungria rejeita.

“Os europeus têm medo de que a UE lhes tire a liberdade”, sublinhou Orbán, afirmando que, nesta situação, “a única solução” é ocupar Bruxelas para provocar mudanças.

Acusou ainda a UE de estar a “chantagear” a Hungria com o congelamento dos fundos europeus, mas garantiu que não vai conseguir, argumentando que até agora “todos os impérios falharam” nas suas tentativas de dominar o país da Europa Central.

“Querem obrigar-nos a participar na guerra [na Ucrânia], a aceitar imigrantes e querem doutrinar as nossas crianças”, disse Orbán, garantindo que “a Hungria é um país soberano e continuará a sê-lo”.

“Nas eleições [europeias] de 9 de junho não se poderão esconder, terão de decidir se defendem a vossa pátria ou se comem o pão dos outros”, concluiu Orbán, dirigindo-se aos seus apoiantes.

Todas as forças políticas húngaras estão a lançar as respetivas campanhas eleitorais para as eleições para o Parlamento Europeu, em junho próximo.