No final de uma audiência no Palácio de Belém, em Lisboa, André Silva disse aos jornalistas que falou também com o chefe de Estado sobre o Orçamento do Estado para 2018, adiantando que já se reuniu três vezes com o Governo e que espera que este acolha medidas sobre saúde alimentar nas escolas e a taxação de empresas poluentes.

"Nós temos estado a negociar com o Governo. Já tivemos três reuniões desde julho, vamos ter na segunda-feira a quarta reunião. E esperamos, vamos ver se o Governo aceita ou não que algumas medidas possam constar no Orçamento do Estado. Neste momento, não temos ainda garantia de nenhuma destas medidas", afirmou.

Quanto às autárquicas, o porta-voz e deputado do PAN referiu que o seu partido tem representação parlamentar, "ganha cada vez mais relevância social" e apresenta "as maiores curvas de crescimento", e lamentou que não tenha tido "cobertura por parte de nenhum órgão de comunicação social" na noite eleitoral de domingo.

"Não falamos aqui de uma desproporcionalidade de cobertura e de divisão do palco mediático - falamos, sim, de ausência total de cobertura, o que para nós não é compreensível. Não percebemos, e partilhámos esta preocupação com o senhor Presidente da República, que se mostrou solidário com o PAN", acrescentou.

André Silva considerou que o PAN teve nas autárquicas "resultados extremamente positivos" em todos os municípios onde concorreu, mencionando que registou "uma curva de evolução nas câmaras municipais na ordem dos 70%" e "nas assembleias municipais na ordem dos 129%" em termos de votos.

"Elegemos autarcas em praticamente todos os municípios onde concorremos, e em várias capitais de distrito e em municípios muito populosos somos a quarta força ou a quinta força política na assembleia municipal", salientou.

Relativamente ao Orçamento do Estado para 2018, o deputado único do PAN reclamou "respostas sociais" no plano da saúde alimentar, defendendo que "os menus escolares continuam desequilibrados nutricionalmente" e que são necessários "mais nutricionistas nas escolas, mais acompanhamento, mais prevenção".

Por outro lado, exigiu "respostas ambientais" que assegurem "equidade e justiça fiscal", através da cobrança do imposto sobre produtos petrolíferos (ISP) às empresas que produzem eletricidade à custa da queima de carvão, referindo que "são responsáveis por 20% das emissões de gases com efeito de estufa em Portugal e não pagam ISP".

André Silva esteve neste encontro com o Presidente da República acompanhado pelos dirigentes Cristina Rodrigues e Francisco Guerreiro.