No final da Oração do Angelus, na Praça de São Pedro, no Vaticano, Francisco afirmou que o desafio colocado pela emergência migratória não pode ser enfrentado pelos países isoladamente, enquanto a Itália luta para lidar com um grande aumento de chegadas do norte da África.

“O fenómeno das migrações é um desafio que não é fácil de enfrentar, como vimos nas notícias dos últimos dias”, disse ainda o Papa Francisco.

E prosseguiu: “É um desafio que deve ser enfrentado em conjunto, pois é essencial para o futuro de todos, que só será próspero se for construído na fraternidade, com a dignidade humana, especialmente para os mais necessitados, colocada em primeiro lugar”.

Na sua intervenção, Francisco falou também da viagem que vai fazer na sexta-feira, 22 de setembro, à cidade francesa de Marselha para participar no encerramento da terceira edição dos “Encontros do Mediterrâneo”.

Este evento serve para “promover caminhos de paz, colaboração e integração, com especial atenção ao fenómeno das migrações”, esclareceu na ocasião.

O Papa realçou o “desafio que não é fácil” causado pela chegada de milhares de migrantes à ilha de Lampedusa, em Itália. É algo que “deve ser enfrentado em conjunto”, insistiu.

Francisco, que também apelou à continuação das orações pelo “atormentado povo ucraniano” e pela “paz em todas as terras ensanguentadas pela guerra”, centrou a sua reflexão do Angelus sobre a misericórdia de Deus.

“A mensagem de Jesus é clara: Deus perdoa de sobremaneira, para além da medida. Ele é assim, age por amor e por gratidão. Não podemos retribuir, mas quando perdoamos ao nosso irmão ou irmã, imitamo-lo. Por isso, o perdão não é uma boa ação que se pode fazer ou não fazer, é uma condição fundamental para o cristão”, sublinhou.

“O perdão é o oxigénio que purifica o ar poluído pelo ódio, é o antídoto que cura os venenos do ressentimento, é o caminho para desativar a raiva e curar tantas doenças do coração que poluem a sociedade”, acrescentou.

“Cada um de nós” deve “pensar numa pessoa que nos magoou” e “perdoá-la”, disse. “Isso far-nos-á bem e devolverá a paz aos nossos corações”, frisou.