Trata-se de uma das viagens mais sensíveis do ponto de vista diplomático devido à crise humanitária que atinge a minoria muçulmana rohingya pelas autoridades da Birmânia que são acusadas de limpeza étnica.

Milhares de pessoas foram obrigadas a refugiar-se nos países vizinhos, sobretudo no Bangladesh.

Na semana passada, os governos da Birmânia e do Bangladesh assinaram um memorando de entendimento que pode abrir caminho ao regresso de 650 mil refugiados rohingya mas sem especificar a forma de regresso ou as condições, até porque os birmaneses não reconhecem a cidadania à minoria muçulmana rohingya.

A situação já levou os membros da igreja católica locais a pedir ao Papa para não pronunciar a palavra rohingya para que sejam evitados problemas, apesar do chefe de Estado do Vaticano já ter denunciado a situação várias vezes.

Nesta visita à Birmânia, o papa tem previstos encontros com o presidente Htion Kyaw e com a líder, de facto, do governo Aung San Suu Kyi.

As relações entre o Vaticano e a Birmânia foram estabelecidas no passado mês de maio.

De acordo com o Vaticano trata-se de uma viagem pastoral e, por isso, estão agendados encontros com a pequena comunidade cristã da Birmânia, composta por cerca de 650 mil pessoas em todo o país.

O Papa Francisco vai também reunir-se com o Conselho Superior Sangha dos monges budistas, o órgão que reúne os líderes máximos incluindo o ramo budista dominante.

Na quinta-feira, Francisco vai encontrar-se em privado com o chefe das Forças Armadas da Birmânia, Min Aung Hlaing, uma reunião que não estava inicialmente prevista mas que foi aconselhado pela Igreja birmanesa.

A segunda parte da visita incluiu a deslocação ao Bangladesh, que se vai prolongar do dia 29 de novembro até ao dia 02 de dezembro.