Park Geun-hye, ex-Presidente da Coreia do Sul, foi condenada nesta sexta-feira a 24 anos de prisão, depois de ter sido considerada culpada de corrupção, abuso de poder e coerção.

Escreve a agência Reuters que a ex-Presidente coreana foi também multada no valor de 18 mil milhões de won, cerca de 12 milhões de dólares, pelos crimes. Park, de 66 anos, negou qualquer ato de corrupção e não esteve presente no tribunal alegando que este estaria condicionado desde o início para a condenar.

A sentença foi transmitida em direto pela televisão, dado o seu interesse público, e representa o desfecho de um escândalo que abalou o país.

O tribunal deu como provado que Park Geun-hye agiu em conluio com a amiga Choi Soon-sil, “Rasputina”, figura central do escândalo de corrupção e tráfico de influências que levou à destituição da antiga chefe de Estado sul-coreana.

Em fevereiro, "Rasputina", que estava acusada de 18 crimes, já tinha sido condenada a 20 anos de cadeia. Choi, de 61 anos,  estava detida desde novembro do ano passado ao ser considerada a impulsionadora de um esquema de corrupção e tráfico de influências, através do qual interveio em assuntos de Estado e desviou fundos de mais de meia centena de empresas, entre elas a LG, a Hyundai ou a Samsung.

Park Geun-hy foi a primeira mulher a ser eleita para a presidência da Coreia do Sul e a primeira chefe de Estado a ser destituída, a 9 de dezembro de 2016, desde que o país vota em eleições democráticas. Tal levou à antecipação das eleições presidenciais, ganhas pelo liberal Moon Jae-in.

Park foi a terceira Presidente sul-coreana a ser condenada por crimes; os outros foram antigos generais, envolvidos num golpe, em 1979, e num massacre de civis, em 1980.