Na passada quarta-feira, o avião que transportava vários dirigentes do grupo mercenário Wagner caiu quando viajava de Moscovo para São Petersburgo.

Se primeiro surgiram dúvidas e teorias, agora é tempo de se tentar encontrar respostas — a principal virá com a confirmação dos testes de ADN dos ocupantes do avião.

Muito tem sido dito até agora sobre a alegada morte de Yevgeny Prigozhin. Vejamos alguns dos principais pontos.

  • Corpos recuperados

As autoridades russas anunciaram a recuperação dos corpos das pessoas que estavam a bordo.

"Os corpos de 10 vítimas foram recuperados no local da queda do avião. Testes genéticos moleculares estão em curso para estabelecer as identidades. Os gravadores de voo foram apreendidos pelos investigadores e um exame pormenorizado do local está em andamento", informou o Comité de Investigação Russo, na conta da rede social Telegram.

  • As culpas

Os investigadores não se pronunciaram sobre as pistas que estão a ser examinadas, não mencionando nem a teoria de um acidente nem a de uma bomba, de um míssil ou de um erro de pilotagem.

A queda do avião associado ao grupo Wagner levantou imediatamente suspeitas de um assassinato orquestrado ao mais alto nível do poder russo.

Altos funcionários em Washington, Paris, Berlim e Kiev deram a entender que as suspeitas recaíam diretamente sobre o Kremlin.

  • Kremlin nega responsabilidade

A presidência russa negou qualquer envolvimento na presumível morte do chefe do grupo Wagner.

“Trata-se de uma mentira absoluta”, respondeu o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, quando questionado sobre as insinuações ocidentais de que a presidência russa teria ordenado o assassinato de Prigozhin.

O porta-voz do presidente Vladimir Putin disse que a questão da queda do avião em que viajaria Prigozhin tem de ser abordada “com base em factos”, e não em especulações.

“Neste momento, há muita especulação em torno do desastre aéreo e da trágica morte dos passageiros, incluindo Yevgeny Prigozhin, e todos nós sabemos que tipo de especulação está a acontecer no Ocidente”, afirmou, citado pelas agências estrangeiras.

Além disso, Putin, enviou condolências às pessoas próximas de Prigozhin e dos outros ocupantes do avião e prometeu um inquérito “até ao fim”.

  • Juramento à Rússia

O presidente russo, Vladimir Putin, assinou um decreto obrigando membros de organizações paramilitares a prestar juramento à Rússia, tal como sucede com soldados do Exército regular.

Nos termos do decreto publicado na página eletrónica do Governo, os elementos de grupos paramilitares devem jurar “fidelidade” e “lealdade” à Rússia e “seguir rigorosamente as ordens dos seus comandantes e superiores”.

  • A perspetiva da Ucrânia 

O presidente da Ucrânia considerou que a presumível morte do líder do Grupo Wagner é "uma coisa boa" para a Ucrânia e até fez uma piada sobre o assunto.

"Claro que é uma coisa boa para a Ucrânia. Não temos nada a ver com isso, sabemos quem foi", disse Volodymyr Zelensky.

E no humor a que por vezes recorre, reminiscência do passado como comediante, brincou com o assunto: "Quando eu pedi apoio aéreo aos parceiros não era isto que tinha pensado."

*Com Lusa