"Aquilo que está em causa é o comportamento do Governo e parece-nos que uma democracia como a nossa devia funcionar respeitando o dever de neutralidade e independência, face às eleições que estão a ocorrer, e manifestamente parece-me que isso não está a acontecer", afirmou Pedro Passos Coelho, durante uma visita a uma empresa de produção e comercialização de abóboras no concelho da Lourinhã.
Para o social-democrata, esse comportamento "fica mal porque as pessoas que estão em lugares de maior responsabilidade devem dar o exemplo", lembrando que, no passado, o Governo que liderou "procurou fazê-lo".
Na terça-feira, Passos Coelho acusou o Governo socialista de, em vésperas de eleições, fazer sucessivos "anúncios que, do ponto de vista político, contendem com o dever de neutralidade e de isenção do Governo no ato eleitoral".
"Talvez o senhor Presidente da República possa dizer alguma coisa sobre essa matéria. Isso sim, isso seria importante, numa democracia como a nossa, que o Governo se abstivesse todos os dias de fazer anúncios que violam o seu dever de imparcialidade e de neutralidade", sustentou o líder social-democrata.
Questionado pela Lusa, em Legrena, Grécia, na quarta-feira, sobre as declarações do líder do PSD, o chefe de Estado lembrou que não costuma comentar no estrangeiro "situações de política portuguesa", mas recordou "uma declaração sobre a matéria" feita muito antes da sugestão de Pedro Passos Coelho.
"Eu já fiz uma declaração sobre a matéria muito antes do período pré-eleitoral, dizendo que estou muito atento ao respeito do principio da imparcialidade, inclusive nos diplomas legais que promulgo, atento a que não haja diplomas legais eleitoralistas que venham para promulgação neste período pré-eleitoral", disse Marcelo Rebelo de Sousa.
(Notícia atualizada às 18h45)
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