O presidente do PSD falava na Sala das Bicas do Palácio de Belém, em Lisboa, após ter sido recebido pelo chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, durante cerca de 40 minutos, juntamente com o secretário-geral do PSD, José Matos Rosa.

Questionado pelos jornalistas se partilhou com o Presidente da República a reflexão que está a fazer na sequência dos resultados das autárquicas de domingo, Passos Coelho respondeu: "Não falámos de eleições autárquicas".

Passos Coelho acrescentou que a sua continuidade ou não à frente do PSD "não foi tema que tivesse sido tratado" nesta reunião com o chefe de Estado, que se centrou em "questões ligadas à situação portuguesa e europeia", no plano económico-financeiro.

Interrogado sobre como vai o seu processo de reflexão nesta altura, o ex-primeiro-ministro afirmou: "Vai bem, muito obrigado".

Quanto às conclusões dessa reflexão, considerou que "é uma questão prematura em termos de resposta", referindo que na terça-feira será feita "uma avaliação com mais detalhe dos resultados das eleições autárquicas", nos órgãos de direção política do PSD e em Conselho Nacional.

"Só depois disso é que poderemos dizer alguma coisa do ponto de vista de uma mensagem nacional que possa ter relevância. E eu não vou, até lá, fazer especulação sobre qual vai ser a avaliação que faremos nos órgãos próprios", declarou.

Contudo, frisou: "Aquilo que resultar da minha decisão dependerá da minha reflexão, como é evidente".

Sobre a atual situação económico-financeira nacional, Passos Coelho disse que o Orçamento do Estado para 2018 "foi justamente uma das matérias" sobre as quais o Presidente da República quis saber a opinião do PSD - que foi o primeiro dos sete partidos com assento parlamentar a ser ouvido esta semana no Palácio de Belém.

"Trocámos algumas impressões sobre isso, mas essa é uma matéria sobre a qual ainda há muito pouco para poder conversar, na medida em que não existe da parte do Governo uma proposta de lei do Orçamento", observou.

Quanto ao Orçamento deste ano, Passos Coelho salientou "a importância de o país poder atingir a meta orçamental a que se propôs", o que no seu entender acontecerá com "grande probabilidade".

Relativamente aos anos seguintes, defendeu que é preciso "crescer significativamente mais do que tem acontecido" e que "isso envolve opções de política económica, que não são aquelas que temos observado da parte do Governo, que está sempre muito centrado no presente e pouco no futuro".

"Mas não posso expressar uma posição sobre um Orçamento que ainda não conheço", reiterou.

O presidente do PSD disse ainda ter trocado impressões com Marcelo Rebelo de Sousa "sobre outras matérias de atualidade", que não especificou: "Essa é uma matéria que fica sempre para a reserva do senhor Presidente da República".