"Não sei se era essa a intenção do Governo, se era ir buscar um antigo ministro meu para que o PSD deixasse de manifestar preocupações com a Caixa. Se é isso, de todo, se é isso, enganaram-se redondamente no alvo", afirmou o presidente social-democrata, Pedro Passos Coelho, na ECO Talks, uma iniciativa no jornal económico digital ECO, que decorreu num hotel em Lisboa.

Caracterizando Paulo Macedo como um "gestor muito competente", "capaz" e "muito sensato", Passos Coelho antecipou que o antigo ministro da Saúde do Governo PSD/CDS-PP fará um bom papel se lhe forem dadas condições, pois é uma pessoa para fazer reformas importante e não para fazer revoluções.

Nas diversas questões que lhe foram colocadas sobre a Caixa Geral de Depósitos, o líder do PSD estimou ainda que o processo de recapitalização dificilmente será feito "antes do verão do próximo ano", considerando que o Governo terá por isso que encontrar uma alternativa.

"[O Governo] Disse que era absolutamente prioritário e imprescindível, as agências de rating estão à espera de ver o que vai acontecer com o capital da Caixa", referiu, considerando que no próprio mercado haverá uma "pressão maior".

Passos Coelho voltou ainda a rebater as críticas que lhe têm sido feitas sobre a recapitalização da Caixa realizada enquanto dirigia o Governo, reiterando que a capitalização levada a cabo nessa altura teve em conta os requisitos de capital existentes.

Pelo contrário, frisou, o atual Governo fala na necessidade de recapitalizar o banco público, mas até agora "não fez nada".

"É só conversa", sublinhou.

O líder do PSD voltou também a reprovar a forma como o primeiro-ministro tem conduzido o processo da Caixa Geral de Depósitos, insistindo que António Costa demorou demasiado tempo a substituir a administração, continua sem explicar o que se passou, nem revela o plano de recapitalização ou quais as necessidades de capital do banco público.

"É uma falta de vergonha", acusou.

Questionado se fica surpreendido com os números que vieram a público, Passos Coelho disse que ter ficado "totalmente" surpreso, considerando não ver nenhuma razão para que hoje se descubram necessidades acrescidas "na casa dos dois a três milhões de euros".

Neste processo, acrescentou, existem "várias coisas que não se percebem", nomeadamente como é que o auditor da Caixa nos últimos nove anos foi contratado para rever aquilo fez durante anos.

"Como é que os prejuízos não foram detetados durante os anos que lá esteve", interrogou, considerando que isto coloca dúvidas "éticas e políticas sérias" e "coloca sobre pressão outros bancos" que têm o mesmo auditor.

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