A notícia está a ser avançada pelo semanário 'Expresso'. Paula Brito e Costa diz que a permanência no cargo da Raríssimas "já está a afetar a instituição", razão por que tem de a abandonar. Mas denuncia: "Esta é uma cabala muito bem feita", diz a dirigente 'Expresso'. O jornal acrescenta que Paula Brito e Costa estava "visivelmente comovida".

A agora ex-dirigente diz deixar "à Justiça o que é da Justiça, aos homens o que é dos homens e ao meu país uma das maiores obras, mas mesmo assim vou saio. Presa só estou às minhas convicções", cita o 'Expresso'.

O 'Expresso' diz saber que Paula Brito e Costa estava a negociar o abandono de funções com o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, desde a manhã desta segunda-feira. Inicialmente, porém, tinha como objetivo apenas suspender as funções, como fez na Federação das Associações de Doenças Raras, em março deste ano, como dá conta o SAPO24 esta terça-feira.

Em declarações ao jornal, Paula Brito e Costa diz que pediu ao ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, a suspensão temporária de funções, enquanto estivesses a decorrer as investigações.

“Esta opção foi estudada pelo gabinete, mas não existe a figura da suspensão temporária no quadro das IPSS e, portanto, saio", explica ao 'Expresso'.

A associação estava já sem vice-presidente desde maio. Ricardo Baptista Leite, deputado do PSD, seria o substituto, porém, desistiu de avançar para o cargo na sequência da reportagem da TVI.

"Saio e não sei quem fica", diz Paula Brito e Costa. Hoje chegou à Raríssimas o inspetor do Trabalho e da Segurança Social para a investigação pedida com urgência pela tutela.

A TVI divulgou no sábado uma reportagem sobre a gestão da associação Raríssimas — Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras, financiada por subsídios do Estado e donativos. A investigação mostra documentos que colocam em causa a gestão da instituição de solidariedade social, nomeadamente da sua presidente, Paula Brito e Costa, que alegadamente terá usado o dinheiro em compra de vestidos e vários gastos pessoais.

Na segunda-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) informou que o Ministério Público está a investigar a Raríssimas, após uma denúncia anónima relativa a alegadas irregularidades na gestão financeira e ao uso indevido de dinheiros da associação pela sua presidente.

Também na segunda-feira, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social anunciou que vai “avaliar a situação” da Raríssimas e “agir em conformidade”, após a denúncia de alegadas irregularidades na gestão financeira e de uso indevido de dinheiros da associação pela sua presidente.

Antes da posição do ministério, a direção da Raríssimas divulgou um comunicado na rede social Facebook no qual diz que as acusações apresentadas na reportagem são “insidiosas e baseadas em documentação apresentada de forma descontextualizada”, afirmando que as despesas da presidente em representação da associação estão registadas “contabilisticamente e auditadas, tendo sido aprovadas por todos os órgãos da direção”.

A direção da Raríssimas destaca ainda que, “contrariamente ao que foi dito na reportagem, não está em causa a sustentabilidade financeira” da associação.

Quanto aos valores de vencimentos que a reportagem mostra, diz a Raríssimas que “foram artificialmente inflacionados” e que os ordenados que paga se baseiam na “tabela salarial definida pela CNIS — Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social”.

Esta terça-feira, o SAPO24 conta a história de despesas não autorizadas numa outra associação, a FEDRA, dirigida por Paula Brito e Costa até março deste ano.

Também o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, está de saída do Governo, na sequência da polémica levantada pela associação Raríssimas, da qual foi consultor.

Numa hoje divulgada pelo gabinete do primeiro-ministro, António Costa,  "aceitou o pedido de exoneração do cargo de Secretário de Estado da Saúde do XXI Governo Constitucional de Manuel Martins dos Santos Delgado tendo proposto a sua Excelência o Presidente da República [Marcelo Rebelo de Sousa] a nomeação da seguinte personalidade para o exercício do cargo de Secretária de Estado da Saúde do XXI Governo Constitucional: Rosa Augusta Valente de Matos Zorrinho."

O secretário de Estado alegou então que se tratou de uma "colaboração técnica" com a associação Raríssimas e que nunca participou em decisões de financiamento.

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