Rui Rio escolheu hoje para vice-presidente do partido a ex-bastonária da Ordem dos Advogados Elina Fraga, que, em setembro de 2014, apresentou uma queixa contra todos os ministros do Governo PSD/CDS de Pedro Passos Coelho que aprovaram o mapa judiciário. Horas depois, em declarações ao diário ‘online’ Observador, Paula Teixeira da Cruz, ministra da Justiça e alvo da queixa de Elina Fraga, acusou o novo presidente de traição. A ex-ministra lamentou que “todos aqueles que criticaram e atacaram Pedro Passos Coelho e o seu Governo nas horas mais difíceis" estivesse "agora a ser premiados”. “Esse prémio tem nome: chama-se traição”.
Questionado sobre esta acusação, e “apanhado de surpresa”, David Justino, candidato a vice-presidente do PSD, relativizou hoje a polémica e disse que “qualquer cidadão tem o direito de recorrer aos instrumentos de justiça ao seu dispor para contrariar uma decisão”. “Tenho muito respeito por Paula Teixeira da Cruz, mas discordo profundamente dessa opinião”, afirmou.
O candidato a vice-presidente dos sociais-democratas começou por dizer que não se sentia nem deixava de sentir confortável com esta controvérsia. Depois, afirmou que a sua preocupação é com toda a equipa da direção, porque “é uma equipa coesa em que todos puxam para o mesmo lado”.
David Justino adotou também a estratégia da desdramatização ao comentar o discurso de Luís Montenegro, o ex-presidente da bancada do PSD, que anunciou que vai deixar o parlamento a 05 de abril e prometeu ao partido que poderá no futuro disputar a liderança.
Sem nunca comentar diretamente as palavras de Montenegro, o futuro vice-presidente do PSD disse estar a pensar, “neste congresso, nos dois anos de trabalho” que tem pela frente. O objetivo, afirmou, é o PSD ter uma “estratégia para ganhar as eleições europeias e as legislativas” de 2019. “Tudo o que possa contrariar este cenário, para mim, não tem importância”, acrescentou.
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