Num comunicado, a Direção da Organização Regional de Leiria do PCP sublinhou que, “em cerca de 50 ações que o governo terá promovido, nem um contacto, nem um encontro, nem uma palavra” sobre “a precariedade e os níveis de exploração existentes”.

O partido reafirmou “a urgência do aumento geral dos salários, para repor o poder de compra perdido, para atrair e fixar profissionais, para dinamizar o mercado interno do qual dependem as MPME [micro, pequenas e médias empresas] (…), para garantir melhores pensões e o futuro da Segurança Social”.

Ao longo de dois dias, os membros do Governo fizeram mais de 50 visitas, cobrindo todos os 16 concelhos do distrito de Leiria, antes de realizar um Conselho de Ministros descentralizado.

“Mas destas visitas não retirou a conclusão que se impõe: a valorização dos seus profissionais é o caminho para a valorização dos serviços públicos”, lamentou o PCP.

“O caso mais evidente é o da falta de médicos e enfermeiros na região, com dezenas de milhar de utentes sem médicos de família, a que se somam a falta de especialistas nos vários hospitais com o consequente adiamento de consultas, exames ou cirurgias”, disse o partido.

O comunicado referiu ainda que “já se perderam 20 anos” na definição do novo Hospital do Oeste, que, defendeu o PCP, não deve ser “mais um negócio com os grupos privados de saúde”.

O partido exigiu também a modernização da linha ferroviária do Oeste “na sua totalidade” e não apenas até às Caldas da Rainha como está previsto, assim como a requalificação do IC8, que liga Pombal e Vila Velha do Ródão.

Durante o Conselho de Ministros em Leiria, a Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste alertou para a necessidade urgente de dotar a linha de novas automotoras, devido a sucessivas supressões de comboios na sequência de avarias do material circulante.

No comunicado, a Comissão criticou os atrasos na modernização e eletrificação da Linha do Oeste, cujas obras já deveriam estar concluídas, no troço entre Meleças, no distrito de Lisboa, e Caldas da Rainha, no distrito de Leiria, bem como deveria ter sido lançado neste trimestre o projeto de modernização e eletrificação do troço Caldas da Rainha — Louriçal, no concelho de Pombal.

Por outro lado, o PCP lamentou “o necessário investimento que deveria ter sido feito e que continua a marcar passo”, seis anos depois dos grandes incêndios na Mata Nacional de Leiria e do Pinhal Interior Norte.

O comunicado recordou ainda os “problemas sérios com que se encontra confrontada a indústria dos moldes” e a falta de apoios para “os produtores de Pera Rocha, ou as produções agrícolas atingidas por animais selvagens”.