“O PCP não pode deixar de considerar o assalto a um paiol militar em Tancos como um caso de extrema gravidade e a necessitar de todo o apuramento, incluindo a retirada de consequências”, disse Jerónimo de Sousa, num encontro de apresentação de candidatos às eleições autárquicas, na Quinta do Conde, em Sesimbra.

“A existência de um sistema de videovigilância inoperacional há dois anos, segundo notícias vindas a público, é revelador do estado de degradação a que as opções políticas dos sucessivos Governos, e de forma mais violenta no anterior Governo PSD/CDS-PP, conduziram as Forças Armadas”, acrescentou.

Para o líder comunista, que falava perante cerca de duas centenas de apoiantes da CDU, as opções dos sucessivos Governos do país têm conduzido a “uma degradação no plano material e no plano pessoal dos direitos dos militares, esquecendo – como a constituição afirma – que as Forças Armadas devem ser dignificadas” porque são o garante da independência e soberania nacionais.

O Exército revelou na sexta-feira que entre o material de guerra roubado na quarta-feira dos Paióis Nacionais de Tancos estão “granadas foguete anticarro”, granadas de gás lacrimogéneo e explosivos, mas não divulgou quantidades.

“Além das granadas de mão ofensivas e das munições de nove milímetros, foram também detetadas as faltas de granadas foguete anticarro, granadas de gás lacrimogéneo, explosivos e material diverso de sapadores, como bobines de arame, disparadores e iniciadores”, indicou o Exército.

Referindo-se às políticas do atual Governo do PS, Jerónimo de Sousa lembrou que foi com a “iniciativa e proposta do PCP” que se avançou com a devolução de rendimentos para além do que estava previsto pelos socialistas.

Em curso, salientou, estão outras medidas, como o aumento do abono de família e o aumento das reformas e pensões, que será aplicado em agosto, abrangendo cerca de dois milhões de reformados e pensionistas.

“Embora fique aquém da proposta apresentada pelo PCP, quanto ao valor e ao universo de reformados e pensionistas abrangidos, foi a persistência do PCP que o conseguiu”, sublinhou Jerónimo de Sousa, referindo que o Governo PS chegou a dizer que não era possível e que o BE também não acompanhou os comunistas.

Ainda assim, acrescentou, a medida avançou pela força da razão e da persistência: “Persistimos, persistimos, persistimos e conseguimos o objetivo, ainda que de forma insuficiente.