“Não é aceitável que o Governo deixe para 2019, ano de eleições, o início dos procedimentos com vista à construção do novo hospital”, porque o projeto “não pode ser um foguetório de campanha eleitoral”, afirmou o líder parlamentar comunista.

João Oliveira, também deputado do PCP eleito pelo círculo de Évora, falava durante uma conferência de imprensa na sede do PCP na cidade alentejana, ladeado pelos presidentes de câmara do distrito eleitos pela CDU.

Advertindo que “não pode haver mais adiamentos”, o líder parlamentar comunista considerou que “nada justifica que o Governo não dê início aos procedimentos com vista à construção do novo hospital”, nomeadamente sobre “o modelo de financiamento e o próprio concurso”.

“Vamos tomar as medidas que forem necessárias para que o procedimento arranque já para que, até final da legislatura, se possa iniciar a construção do hospital”, afirmou, referindo-se a um projeto de resolução que dará entrada, ainda esta semana, na Assembleia da República.

João Oliveira assinalou que o parlamento aprovou, em 2016, pela primeira vez e por iniciativa do PCP, uma resolução sobre a construção do novo hospital, observando que o Governo PS “tem-se limitado a afirmar intenções, mantendo o hospital como estudos e projetos”.

“Não é um problema de falta de dinheiro, é um problema de não haver uma especificação do que é que vai ser gasto para a construção do novo Hospital de Évora, porque isso é que dá a garantia que o hospital pode mesmo avançar”, realçou.

João Oliveira referiu que o PCP vai insistir no início dos procedimentos para a construção do novo hospital e propor a criação de uma plataforma de informação atualizada em permanência “para que os alentejanos possam acompanhar a evolução do processo”.

Também presente na conferência de imprensa, o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, afirmou que o novo hospital “é uma obra essencial para o Alentejo” para “servir toda a região, somar valências e evitar que utentes tenham de ir para Lisboa”.

“O projeto do hospital em si está feito”, mas “as acessibilidades e infraestruturas fundamentais não estão asseguradas”, pelo que “há todo um processo que pode ser desencadeado desde já e que não precisa de estar à espera do financiamento do hospital”, salientou.

Pinto de Sá revelou que já foi aprovada a constituição de um grupo de trabalho sobre o novo hospital, o qual conta com responsáveis do Governo, Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, Hospital do Espírito Santo de Évora, câmara municipal e Universidade de Évora.

O Governo previa lançar no ano passado o concurso para a construção do novo Hospital Central em Évora, após decidir o seu modelo de financiamento, segundo disse, em outubro de 2016, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, mas o procedimento não se concretizou.