Em declarações à comunicação social numa visita às obras do novo hospital central do Alentejo, em Évora, Paulo Raimundo assegurou que a posição comunista – que tem sido alvo de críticas desde o início da invasão russa em solo ucraniano — não vai mudar, apesar de denunciar a existência de muita pressão e chantagem sobre o partido.

“A paz que interessa a Putin não sei. Agora, a paz que interessa à CDU – e penso que a todos os democratas – é obrigar os intervenientes na guerra a sentarem-se à mesa e a encontrarem a solução política para o conflito. Não há outra alternativa a isso. Qual é a alternativa? Mais guerra? Mais mortos?”, questionou, continuando: “A pressão pode ser muita, a chantagem pode ser muita e a hipocrisia pode ser muita; não nos arrastam para posições de guerra”.

Sublinhando a “escalada brutal” a nível militar nos últimos dois anos, o líder da CDU (Coligação Democrática Unitária, que junta PCP e PEV) destacou que já poderia ter acabado a guerra caso os diferentes intervenientes se tivessem empenhado na paz.

“Se todos nos empenhássemos e obrigássemos a que os estados forçassem o sentido da paz, não estou a ver razão para que não tivesse já acontecido a paz”, argumentou.

Acrescentou também que “todo o caminho que se estabeleça no sentido da paz é melhor do que continuar a destruição, a morte e a corrida ao armamento” que considera existir atualmente a nível internacional e reiterou que os comunistas não abdicam da procura de uma solução pacífica que ponha termo ao conflito.

“Os intervenientes na guerra são a Rússia, a Ucrânia, mas também a NATO e a União Europeia. Portanto, estes intervenientes têm de se sentar à mesa e encontrar soluções. É um conflito que não começou há dois anos, mas há 10. Durante esses 10 anos foram encontradas plataformas de negociação, inclusive acordos escritos. É possível encontrar todas as soluções para a guerra e não é possível encontrar um elemento que una para o caminho da paz?”, sentenciou.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada em 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a II Guerra Mundial (1939-1945).

Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armamento a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.

O conflito, que entra agora no terceiro ano, provocou a destruição de importantes infraestruturas em várias áreas na Ucrânia, e um número por determinar de vítimas civis e militares.