Numa declaração em vídeo, Paulo Raimundo considerou que os “recentes desenvolvimentos” a nível político são “inseparáveis de um conjunto de acontecimentos graves e inaceitáveis que têm envolvido a ação do Governo” e do “agravamento dos problemas” enfrentados pela população.

Neste contexto, o secretário-geral comunista defendeu que “o que se exige são soluções para esses problemas e não o coro de especulações sobre eventuais dissoluções ou antecipação de eleições”, realçando que a atual maioria absoluta do PS foi resultado de uma “dissolução injustificada”.

“Para o PCP, que está preparado para todas as situações, o que é necessário e prioritário é dar resposta aos problemas que marcam o dia-a-dia da vida dos trabalhadores, dos reformados e do povo”, reforçou.

Paulo Raimundo defendeu em particular a necessidade de medidas como o aumento de salários e pensões, combater a perda do poder de compra, reforçar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a escola pública ou “pôr fim ao criminoso processo de privatização da TAP”.

“O que se impõe é mudar de política, romper com as opções e orientações da política de direita que o Governo do PS prossegue com o apoio de PSD, CDS, Chega e IL em tudo o que é essencial para os grupos económicos”, sublinhou.

O dirigente comunista alertou, contudo, que “o que alguns ambicionam é dar continuidade a essa política, seja pela mão do atual Governo, remodelado ou não, seja pela mão dos que, criticando e potenciando atos deploráveis, mais não querem do que tomar o lugar nessa negação de direitos”.

“Como o PCP tem afirmado, existem recursos e potencialidades para, com uma política alternativa e o cumprimento da Constituição, assegurar o desenvolvimento soberano do país. Os trabalhadores e o povo podem contar, como sempre contaram, com o PCP na luta contra as injustiças e a exploração”, disse.

Na terça-feira, a líder parlamentar do PCP, Paula Santos, já tinha reagido ao anúncio do primeiro-ministro, António Costa, de que não aceitava o pedido de demissão do cargo de ministro das Infraestruturas, defendendo que o essencial “não é a entrada ou a saída de ministros”, mas “a resposta aos problemas dos portugueses”.

“Como o PCP tem vindo a dizer, a questão essencial não é a entrada ou saída de ministros ou de secretários de Estado, é a resposta aos problemas dos portugueses: aumentar salários e pensões, garantir o direito à habitação ou a prestação de cuidados de saúde”, afirmou Paula Santos.

Questionada, por várias vezes, se o PCP defende que o Presidente da República deverá dissolver o parlamento ou demitir o Governo, Paula Santos nunca respondeu diretamente se o partido considera preferível a existência ou não de eleições antecipadas.

“O que é necessário, o que preocupa a população do nosso país é se consegue chegar ao fim do mês (…) O que entendemos que é prioritário é resolver os problemas que temos no nosso país e que são imensos”, repetiu, às várias questões colocadas.