Numa pergunta dirigida à ministra do Trabalho Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, os comunistas referem que tiveram conhecimento de que a easyJet está “a enviar tripulantes da base de Lisboa para operar os voos originalmente afetos aos tripulantes da base do Porto” durante a greve que começou na sexta-feira e se prolonga até terça-feira.

Dando o exemplo de casos concretos dos voos em causa, o PCP refere que a Autoridade para a Condições de Trabalho recebeu todas as informações, considerando que estas são “situações extremamente gravosas, que configuram uma gritante violação da lei e que exigem a intervenção pronta e efetiva da parte das autoridades”.

O PCP questiona assim o Governo sobre esta substituição de tripulantes em greve, que considerou ser um “ataque aos trabalhadores da easyJet e à lei”, pretendendo saber que “medidas urgentes foram tomadas pelas autoridades competentes face a estas ilegalidades comprovadamente praticadas” por esta companhia aérea.

“Vai o Governo manter a sua postura de conivência e cumplicidade com estas multinacionais e suas práticas, ou vai finalmente intervir para que se coloque um ponto final a esta inaceitável impunidade”, questiona ainda.

Os comunistas recordam ainda que por sua iniciativa, em abril e maio, foram chamadas à Assembleia da República as entidades do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social precisamente sobre a situação da easyJet e dos seus trabalhadores, tendo sido ouvido o testemunho e as denúncias do sindicato e mais tarde as “explicações” da administração da empresa.

No sábado, a companhia aérea easyJet afirmou que a adesão à greve dos tripulantes de cabine, por volta das 18:00, era de 50%, enquanto o sindicato apontava para cerca de 90%.

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) refutou também no sábado qualquer pressão agressiva para que os tripulantes da easyJet aderissem à greve e considerou que as declarações da companhia sobre os serviços mínimos “roçam o ridículo”.

Os tripulantes de cabine da easyJet iniciaram na sexta-feira uma greve que se prolonga até terça-feira para reivindicar condições semelhantes às das bases da transportadora noutros países.