O novo preço do passe ferroviário inter-regional, que deverá passar para 70 euros no máximo, “não entrou em vigor, porque o Governo terá imposto à CP que espere pela aprovação do Orçamento do Estado para 2020”, denunciou o PCP numa pergunta ao Governo sobre a situação que considera “a todos os níveis inaceitável e incompreensível”.

Na questão dirigida ao ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, os deputados comunistas consideram tratar-se de uma medida “que mais uma vez discrimina os utentes da ferrovia” em relação aos passageiros da rodovia, onde a redução da tarifa mensal entre os concelhos da Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCim) e a Área Metropolitana de Lisboa (AML) estão em vigor desde o dia 01 de janeiro.

Já em 2019 os descontos nos operadores rodoviários entraram em vigor em abril e os da ferrovia apenas em junho, lembra o PCP no documento em que critica também o facto de o Oeste estar “longe da intermodalidade”, no caso da ferrovia, com os passes a darem acesso apenas ao comboio naquela linha e, no caso da rodovia, a não darem acesso a todos os autocarros.

“É indispensável tomar medidas concretas levando a intermodalidade e a redução tarifária a todo o país, estabelecendo um teto máximo nacional de 40 euros para um passe mensal que dê acesso aos transportes públicos de cada região e proporcionalmente às ligações pendulares inter-regionais, avançando para uma progressiva desmercantilização deste serviço público”, pode ler-se na pergunta entregue na sexta-feira na Assembleia da República (AR).

No documento, os comunistas questionam ainda o Governo sobre que medidas serão desde já tomadas “para que não haja mais atrasos na aplicação do Programa de Apoio à Redução do Tarifário dos Transportes Públicos (PART) na Linha do Oeste”, bem como para “garantir uma plena intermodalidade” na região que integra os municípios de Alcobaça, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Óbidos, Nazaré, Peniche, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras.