Nos valores facultados à agência Lusa, o Governo, através do Fundo Revita, tem quase cinco milhões de euros [4.952.836 euros] em termos de adesões assinados [valores prometidos], tendo recebido até hoje pouco mais de dois milhões de euros, angariados, nomeadamente, em contas solidárias ou doados por bancos, empresas, associações ou particulares.

Em resposta escrita enviada hoje à Lusa, a Fundação Calouste Gulbenkian indica que tem cerca de 3,6 milhões de euros em donativos para apoiar as vítimas do incêndio de Pedrógão Grande, fundo que vai servir essencialmente para a reconstrução de primeiras habitações.

“Além dos 500 mil euros doados pela Fundação [Calouste Gulbenkian], juntam-se mais 500 mil euros doados pela Altri e pela Navigator e o valor da Conta Solidária da Caixa Geral de Depósitos, cerca de 2,6 milhões de euros”, refere a Gulbenkian.

Já a Cáritas Portuguesa recebeu perto de 1,769 milhões em donativos através de uma conta bancária, enquanto a Cáritas Diocesana de Coimbra tinha também, a 01 de setembro, perto de 479.000 euros na sua conta solidária.

Em comunicado, assinado pelo presidente, Eugénio Fonseca, a Cáritas indica que a conta na Caixa Geral de Depósitos foi aberta a 17 de junho e que, na terça-feira, “contabilizava 1.768.976,76 euros”: 345.000 euros provenientes de verbas próprias de oito Cáritas Diocesanas e da Cáritas Portuguesa e 917.000 euros recolhidos pela Conferência Episcopal nas dádivas dos ofertórios das eucaristias de 02 de julho.

Quanto à União das Misericórdias Portuguesas (UMP), recebeu cerca de 1,6 milhões de euros, tendo usado até à data cerca de 12 mil euros, revelou hoje o presidente da instituição, garantindo que este valor foi gasto na recuperação de habitações.

De acordo com os dados da UMP, a que a Lusa teve acesso, o valor total doado foi de 1.811.421,59 euros, 1.001.191,09 euros dos quais através das chamadas de valor acrescentado no decorrer do concerto solidário “Juntos por Todos”, a 27 de junho, no Meo Arena, em Lisboa.

Neste fundo entram também 467.949,98 euros de particulares e empresas, 330.650 da venda de bilhetes para o concerto “Juntos por Todos”, além de 580 euros da venda de bilhetes para o evento “Música Solidária”, da Câmara Municipal de Aveiro e mais 11.050,52 euros de chamadas internacionais.

Do valor angariado, a UMP teve de pagar 190.950 euros de IVA (Imposto de Valor Acrescentado) ao Estado, uma parte pelos bilhetes vendidos e outra pelas chamadas de valor acrescentado. A isto somam-se mais 1.660,50 euros gastos em anúncios e divulgação de donativos.

Contas feitas, a UMP ficou com 1.606.881,99 euros para gerir, dos quais já gastou 11.929,10 euros na recuperação de duas habitações.

Na terça-feira, a secretária de Estado da Segurança Social reiterou que o Governo apenas gere o Fundo Revita [criado para gerir os donativos para apoiar as vítimas do incêndio de Pedrógão Grande], que tem termos de adesão assinados de quase cinco milhões de euros, dos quais recebeu até hoje pouco mais de dois milhões de euros.

Cláudia Joaquim explicou, na ocasião, que o ministério tem atuado em articulação com a Cáritas Diocesana de Coimbra, com a União das Misericórdias Portuguesas e com a Fundação Calouste Gulbenkian, que agregaram e gerem outros donativos privados.