"Até à data, aderiram ao fundo mais de duas dezenas de entidades, com donativos em dinheiro, em espécie e em prestação de serviços, tendo sido entregues donativos em dinheiro no valor de cerca de 2 milhões de euros", afirma o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS) num comunicado enviado à agência Lusa.

No comunicado, o ministério sublinha que os donativos apenas são entregues ao Revita "por decisão dos doadores", sendo que o Governo e o Conselho de Gestão do fundo têm também cooperado com a Cáritas Diocesana de Coimbra, a União das Misericórdias Portuguesas e a Fundação Calouste Gulbenkian, que agregaram outros donativos.

Na segunda-feira, em declarações à RTP, o presidente da Câmara de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, exortou o Ministério Público a abrir uma investigação às contas bancárias que foram abertas para receber donativos que seriam encaminhados para as vítimas dos incêndios de junho, sem referir nenhum caso concreto.

O MTSSS explica que o fundo Revita foi criado com o objetivo de gerir os donativos entregues no âmbito da solidariedade demonstrada, "em estreita articulação com os municípios de Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande".

"A competência do Conselho de gestão do Revita cinge-se aos donativos entregues ao Fundo Revita, sendo que estes donativos destinam-se prioritariamente à reconstrução das habitações afetadas pelos incêndios e ao seu apetrechamento, bem como ao apoio aos agricultores", frisa o ministério, no comunicado.

Questionado pela agência Lusa, o MTSSS afirmou ainda que "não pode responder sobre outras contas solidárias e/ou outros donativos, uma vez que se trata de dinheiro de entidades privadas", não sendo responsável pela abertura ou fiscalização dessas mesmas contas.

O incêndio que começou em junho em Pedrógão Grande provocou 64 mortos e mais de feridos, sendo apenas extinto uma semana depois. Alastrou a Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Pampilhosa da Serra, Penela e Sertã.