O presidente da câmara de Mpondwe, Selevest Mapoze, citado pela Associated Press (AP), afirmou que foram recuperados os corpos de 38 estudantes, um guarda e duas pessoas baleadas à entrada da escola.

A polícia atribuiu o ataque de sexta-feira aos rebeldes das Forças Democráticas Aliadas, que há anos atuam a partir das suas bases no Congo Oriental e com ligações ao Estado Islâmico (EI).

A escola, mista e privada, situa-se no distrito ugandês de Kasese, a cerca de dois quilómetros da fronteira com o Congo.

"Um dormitório foi incendiado e um armazém de alimentos foi saqueado”, disse a polícia, num primeiro comunicado, que dava conta da recuperação de 25 corpos, transferidos para o Hospital de Bwera, e de oito pessoas em estado crítico, bem como da existência de raptados.

“Até ao momento, foram encontrados 25 corpos e transferidos da escola para o hospital de Bwera”, declarou, numa primeira instância, o porta-voz Fred Enanga.

Bwera situa-se perto da fronteira com a República Democrática do Congo (RDCongo).

O comunicado avançava que as tropas ugandesas perseguiram os atacantes até ao Parque Nacional de Virunga, no Congo, “para resgatar os raptados". A polícia e o exército lançaram uma “perseguição intensa” aos atacantes no parque nacional congolês de Virunga, disseram as autoridades ugandesas, citadas pela agência espanhola EFE.

As ADF são um grupo rebelde de origem ugandesa, mas estão atualmente baseadas nas províncias congolesas de Kivu do Norte e da vizinha Ituri, perto da fronteira que a RDCongo partilha com o Uganda. Os objetivos das ADF não são claros e o EI por vezes reivindica a responsabilidade pelos seus ataques.

Embora peritos da ONU não tenham encontrado provas de apoio direto do EI às ADF, os Estados Unidos classificaram o grupo ugandês como uma “organização terrorista” afiliada ao grupo jihadista, em março de 2021.

De acordo com o Barómetro de Segurança de Kivu (KST), as ADF são responsáveis por mais de 3.800 mortes em 730 ataques na RDCongo desde 2017.

As autoridades ugandesas acusaram o grupo de organizar ataques no seu território, incluindo dois atentados suicidas em Kampala, em novembro de 2021, e assassinatos de altos funcionários.

Os exércitos da RDCongo e do Uganda iniciaram, em novembro de 2021, uma operação militar conjunta em solo congolês contra as ADF, que ainda está em curso, embora os ataques dos rebeldes não tenham cessado.

Desde 1998, o leste da RDCongo está mergulhado num conflito alimentado por milícias rebeldes e pelo exército, apesar da presença da missão da ONU no país (Monusco), com cerca de 16 mil efetivos uniformizados no terreno.

(notícia atualizada às 11h25)