“Hoje Marielle completaria 44 anos. Hoje, também, sinto a necessidade de reforçar a urgência de descobrirmos e punirmos os mandantes de seu assassinato e de Anderson Gomes”, escreveu no Twitter o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República do governo de Lula da Silva, Paulo Pimenta.

“A melhor forma que temos para homenagear Marielle este ano é solucionarmos o crime que há cinco anos causa indignação à população brasileira. É uma dívida que temos com a sua família, com a sua luta e com todas as mulheres que se dedicam à política e que também são alvo de violências”, acrescentou.

Já o deputado federal do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) Glauber Braga afirmou que “quem mandou matar Marielle será responsabilidado”

“Suas sementes estão vivas! Viva Marielle!”, frisou.

Este apelo foi feito por vários deputados de diferentes quadrantes políticos.

Já a sua irmã, Anielle, agora ministra da Igualdade Racial, partilhou uma fotografia ao lado de Marielle: “Esse foi o último aniversário que comemorámos juntas. Queria poder celebrar sua vida da maneira que sempre fizemos. Hoje, celebro de outra forma, vendo o mundo ecoar sua memória, vendo seu legado florescendo em todos os espaços. E é exatamente isso que me faz seguir.”

Negra, favelada, lésbica, defensora dos direitos humanos e, na época, vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco foi morta a tiro junto com o seu motorista, Anderson Torres, na noite de 14 de março de 2018, quando saíam de um comício político no centro do Rio de Janeiro.

Desde então, as investigações avançaram a passos lentos e, passados mais de cinco anos sobre a sua morte, ainda não se sabe quem ordenou o homicídio.

Ainda assim, na segunda-feira, a Polícia Federal brasileira prendeu no Rio de Janeiro um ex-bombeiro suspeito de ter participado no homicídio da ex-vereadora e ativista Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

O detido é Maxwell Simões Correa, apontado como cúmplice do duplo homicídio e que já tinha sido condenado em 2021 a quatro anos de prisão por obstrução à justiça neste caso, embora cumprisse a pena em regime aberto, segundo fontes do Ministério Público.

As investigações apontaram que o ex-bombeiro era o proprietário do veículo que servia para guardar as armas do ex-agente policial Ronnie Lessa, acusado de ser um dos autores do crime que chocou o Brasil e teve ampla repercussão internacional.

A prisão ocorreu no âmbito de uma operação lançada pela Polícia Federal, que incluiu buscas em sete endereços na cidade do Rio de Janeiro e região metropolitana.

Com a chegada ao poder do Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, em 01 de janeiro, o ministro da Justiça, Flávio Dino, criou um grupo especial dentro da Polícia Federal para apoiar as investigações da polícia do Rio de Janeiro com o objetivo de solucionar definitivamente o crime.

Os dois supostos autores materiais, os ex-agentes Elcio Queiroz e Ronnie Lessa, foram presos em 2019, mas ainda não se sabe quem foi o mandante. O Ministério Público suspeita que tenha sido um crime encomendado.