Portugal e Japão são os únicos países que têm dois destinos na lista dos mais pesquisados ​​da Skyscanner; Ponta Delgada e Faro no caso português, Osaka e Tóquio no caso japonês, noticia o jornal espanhol El País.

Isto, apesar de oito das dez cidades no top 10 dos destinos mais procurados para viajar no próximo ano serem europeias: Edimburgo, Londres, Viena, Copenhaga, Bruxelas, Budapeste, Praga e Istambul. Nas duas primeiras posições, no entanto, estão Banguecoque e Marraquexe.

Quanto a tendências, parece haver espaço para Mérida, no México, não em Espanha, ou para a eterna Buenos Aires, na Argentina, ou destinos como Rotorua, na Nova Zelândia, a Ilha de Panglao, nas Filipinas, ou Cairns, na Austrália.

Há, sem dúvida, um elemento determinante no planeamento de uma viagem, que em 2024 estará ainda mais presente: o preço. O custo dos voos aumentou em média 31%, segundo um estudo realizado pela plataforma Mabrian, que localiza as zonas com maior aumento de preços no Norte e Sul da Europa, no Mediterrâneo e na Ásia.

O factor preço é também destacado na pesquisa realizada pela Skyscanner, que mostra que três em cada dez entrevistados se sentem sobrecarregados na hora de reservar suas viagens, e 59% citam o custo das passagens aéreas como principal motivo.

A plataforma ForwardKeys, especializada neste tipo de dados, aponta para o facto de se realizarem menos viagens, embora mais longas, enquanto crescem também as escapadelas fora de época, facilitadas pelo aumento de empregos híbridos, ou para destinos mais próximos ou mais baratos.

Se a inflação e o aumento dos preços influenciam o sector do turismo, o mesmo acontece com as alterações climáticas — com dados como 2023 ter sido o ano mais quente alguma vez registado, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM).

A Booking aponta para uma mudança de tendência neste sentido, com uma elevada percentagem de viajantes (56%) a planear aproveitar os dias de descanso para fugir do calor.

Por outro lado, os turistas procuram cada vez mais explorar o campo cultural. As experiências gastronómicas continuam a aumentar, mas o grande protagonista de 2024, segundo os especialistas consultados pelo El País, é o turismo musical. A Amadeus estudou o impacto no volume de pesquisas e nas reservas de anúncios de espectáculos de grupos e cantores como Coldplay ou Taylor Swift e as apresentações da cantora previstas para Melbourne e Sydney em Fevereiro deste ano aumentaram significativamente o volume de reservas, com um crescimento médio semanal de 446%.

Além disso, este ano a aposta em viagens mais personalizadas continuará, com destaque para a procura pelo luxo de baixo custo. Uma tendência à qual algumas companhias aéreas como a Emirates, a Qatar Airways, a Air France ou KLM aderiram, oferecendo uma maior variedade de tarifas empresariais para torná-las mais acessíveis.