“O Governo Português lamenta profundamente a decisão do Governo israelita de criar um novo colonato na Cisjordânia, o primeiro desde 1991”, referiu a nota do MNE.

Segundo o documento, devido à sua localização geográfica no interior de território ocupado pelos israelitas, “este colonato constituirá mais um sério impedimento à viabilidade de um Estado Palestiniano”.

“O Governo Português lamenta, igualmente, a decisão de avançar com a construção de cerca de 2.000 novas habitações nos colonatos de Alfei Menashe Beitar Illit, Beit Arie e Karnei Shomron, bem como com a expropriação de mais de 90 hectares, que visa possibilitar a legalização retroativa de três postos avançados israelitas”, referiu o comunicado.

De acordo com a nota, o Governo português insta Israel a reconsiderar estas decisões, “as quais acrescentam novos obstáculos às perspetivas de concretização da solução de dois Estados e representam mais um obstáculo à paz e segurança para a região”.

“Portugal reitera que a expansão dos colonatos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental constitui uma violação do direito internacional e insta as partes a evitar ações unilaterais que aumentem os riscos de uma nova escalada de violência a demonstrar o seu compromisso para com a paz”, referiu ainda o executivo no comunicado.

Israel aprovou na quinta-feira passada a construção de um novo colonato na Cisjordânia, o primeiro em 26 anos, ou seja, desde 1991.

Este colonato, batizado como Geulat Tzion, pretende realojar cerca de 40 famílias do colonato de Amona, que foi demolido em fevereiro por decisão da justiça israelita.

A situação de Amona exerceu uma forte pressão política, mas também de cariz humano.

Na sequência da pressão exercida pelos colonos, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, rompeu com uma situação com mais de duas décadas e assumiu a promessa, na quinta-feira, de construir um novo colonato para acolher até três centenas de israelitas.

A decisão israelita desencadeou críticas por parte dos palestinianos e de parceiros internacionais, incluindo os Estados Unidos.