“Todos os anos lamentamos os incêndios, a seca, as mortes, as inundações”, começou por dizer o social-democrata José Manuel Fernandes, que faz parte da família política do Partido Popular Europeu (PPE), durante um debate no Parlamento Europeu (PE), em Estrasburgo, sobre a prevenção de catástrofes como ondas de calor, cheias e incêndios florestais.

“Mais do que palavras”, continuou o eurodeputado, são necessárias ações e os 27 “não estão a fazer o que lhes compete”: “Não nos falta dinheiro, vocês têm tempestades de milhões.”

E deixou uma crítica ao Governo socialista em Portugal, por rejeitar “8.300 milhões de euros para a vertente de empréstimos do Plano de Recuperação e Resiliência [PRR] que podia usar”, na ótica de José Manuel Fernandes para o “planeamento florestal, ajudar o mundo rural” e preparar os períodos de seca com auxílios ao regadio.

Apesar da crítica às decisões políticas nacionais, a nível europeu parece haver consenso nesta matéria.

A eurodeputada socialista Sara Cerdas, dos Sociais & Democratas (S&D), pediu “maior preparação” entre os 27 e “respostas mais eficazes” que consigam minimizar as consequências dos fenómenos meteorológicos cada vez mais severos.

“As ondas de calor extremas, as inundações, os fogos florestais, já fazem parte do nosso dia-a-dia”, por isso, pediu mais ações, depressa.

Já o eurodeputado comunista João Pimenta Lopes, que pertence à Esquerda no PE, a falta de financiamento apropriado e de “apoio à prevenção de catástrofes” que têm consequências para a generalidade dos cidadãos da UE.

“Ao invés, vemos a redução ou o desvio de verbas da coesão e de outros fundos para alimentar os lucros, entre outros, dos grupos da energia e do armamento”, completou.

Grande parte do território dos países da União Europeia foi atingido por fenómenos climáticos extremos nos últimos anos. Nos últimos quatro meses, por exemplo, houve ondas de calor um pouco por toda a UE, cheias e incêndios florestais de grandes dimensões e que destruíram habitações e acabaram por provocar vítimas.