“Não podemos aceitar sanções em energia nuclear porque afetará diretamente a nossa energia nuclear. Não há possibilidade de que isso aconteça. Somos muito cuidados, quando os nossos interesses são ameaçados, em particular em energia nuclear. Se for necessário, imporemos um veto”, assegurou o chefe de Estado búlgaro em declarações aos ‘media’ em Bruxelas.

A Bulgária possui uma única fábrica nuclear, em Kozloduy, de tecnologia soviética e que funciona exclusivamente com combustível russo e assegura pouco mais de um terço das necessidades energéticas do país balcânico.

Recentemente, Sófia assinou um acordo de combustível com a norte-americana Westinghouse e a francesa Framatome, mas permanece dependente do combustível de fabrico russo.

Em paralelo, Radev pediu ao Governo interino da Bulgária para não permitir o fornecimento de ajuda militar adicional à Ucrânia.

Nos primeiros meses de guerra, a Bulgária enviou grandes quantidades de munições e combustível, que permitiram ao Exército ucraniano resistir ao avanço russo.

“Espero que o Governo demonstre agora sensatez e prudência para que isso não seja permitido no futuro. Esta é uma guerra sangrenta, cada vez escutamos menos vozes pela paz, apenas se escutam ruídos de armas, apenas gritos de vitória, sem que nada possa definir neste momento o que significa vitória”, disse Radev.

O Presidente búlgaro, um ex-general de considerado pelos opositores de “pró-russo”, sempre se opôs ao envio de ajuda militar à Ucrânia ao argumentar que nesse caso a Bulgária acabaria “envolvida” na guerra.

Radev dissolveu o parlamento em 3 de fevereiro, após três tentativas fracassadas para a formação de um governo e de momento garante um controlo quase absoluto sobre o Executivo.

As próximas eleições legislativas, as quintas em dois anos, estão agendadas para 2 de abril próximo.