As relações diplomáticas entre Pequim e Washington vivem momentos de tensão após um telefonema da Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, ao Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, no dia 2 de dezembro, para felicitá-lo pela sua vitória eleitoral.

Tsai fará duas escalas nos EUA, em Houston e em São Francisco, no início e no fim da sua ronda centro-americana, até 15 de janeiro, durante a qual visitará quatro dos seus 21 aliados diplomáticos: Honduras, Guatemala, Nicarágua e El Salvador.

Esta viagem visa “consolidar os laços diplomáticos” e “estreitar a cooperação bilateral” com os aliados, “reforçar a cooperação e “ampliar o espaço internacional” da ilha, afirmou Tsai, no aeroporto internacional Taoyuan, antes da sua partida.

Durante a viagem, a Presidente de Taiwan vai assistir à tomada de posse na Nicarágua do Presidente, Daniel Ortega.

A acompanhar Tsai segue uma comitiva também composta por empresários.

Em Taiwan e nos Estados Unidos fala-se de um possível encontro de Tsai ou da sua equipa o grupo de assessores de Trump ou mesmo com o Presidente eleito, que perante a pergunta sobre a possibilidade de uma conversa com Tsai, respondeu “vamos ver”.

“Um encontro Trump-Tsai desencadearia fortes tensões, irritação dos aliados e outras represálias da China, que pediu a Washington que não permitisse escalas de Tsai no seu território”, disse hoje à agência espanhola Efe o diretor do Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade Tamkang, Li Da-jong.

Esta é a segunda viagem de Tsai à América Latina e Central, depois de outra realizada ao Panamá e Paraguai em junho do ano passado.

Durante mais de quatro décadas, os Estados Unidos tem baseado as suas relações com o gigante asiático no princípio de uma China única, pelo que o único Governo chinês que Washington reconhece é o de Pequim, o que o distancia das aspirações independentistas de Taiwan.