Críticas proferidas por Carlos César e António Costa no final do debate quinzenal na Assembleia da República e que visaram sobretudo anteriores intervenções neste mesmo debate do líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, com críticas sobre o estado do setor da saúde, mas também com dúvidas sobre a atuação do Governo em relação a ‘offshores’ (Uruguai, Jersey e ilha de Man) e ao crédito malparado.

"Vaticinaram o colapso da economia, o caos no emprego, dificuldades maiores para as pessoas e hecatombe nas finanças públicas. Agora, pelos vistos, já não querem falar nisso, nem um poucochinho. Não querem falar disso porque, afinal, a economia cresceu, o desemprego baixou, o rendimento das famílias aumentou e a gestão das contas públicas é um sucesso", declarou o presidente do PS.

Para Carlos César, após ano e meio de Governo, "falhada a tentativa de [PSD e CDS-PP] dizerem que o que de bom acontece é da responsabilidade do anterior executivo, agora meteram a viola no saco".

"Como podia a oposição reclamar para si o sucesso de um rumo que repudiou, de mudanças que combate e de uma política que sempre condenou?", questionou o líder da bancada socialista.

A seguir, o primeiro-ministro caracterizou como "salta-pocinhas" o discurso da oposição.

"Conforme falha nas suas previsões e nenhuma das catástrofes anunciadas se verifica, a oposição procura um novo tema para atacar o Governo", comentou, referindo-se, depois, às críticas feitas por Luís Montenegro em relação às listas de espera na saúde, ou à falta de meios na educação.

"Diz que não vivemos num mundo cor-de-rosa na saúde e na educação - e seguramente não estamos no paraíso. Mas estamos seguramente melhor do que no ponto em que estávamos há ano e meio quando este Governo tomou posse", defendeu.

António Costa referiu-se ainda às críticas feitas pelo PSD sobre a solução para o crédito malparado - um problema que, de acordo com a tese social-democrata, terá sido gerado e agravado antes da entrada em funções do executivo liderado por Pedro Passos Coelho.

"Se o PSD diz que este Governo ainda não fez nada para encontrar a solução para o crédito malparado que se formou antes de 2011, então pergunto o que fez o anterior Governo durante quatro anos e meio para resolver esse problema? Escondeu o problema", respondeu o primeiro-ministro, em jeito de conclusão.