“Há pouco estava a ouvir o discurso do líder da oposição, Pedro Passos Coelho, desta vez no Porto, zangado e, como sempre, acusatório para tudo e todos”, disse o presidente do PS, Carlos César, que falava na cidade da Lagoa, na ilha de São Miguel, numa iniciativa sobre a igualdade do género.

O também líder do grupo parlamentar socialista na Assembleia da República declarou que não se pode pedir ao PSD e CDS-PP que “estejam sempre de acordo” com o PS e o Governo, mas “também o contrário não é possível”.

O presidente do PSD afirmou hoje que o encerramento de balcões da CGD é de um “cinismo atroz” por parte dos socialistas, comunistas e bloquistas.

“No meu tempo ele [banco] era público e essas agências existiam. Porque é que agora têm de encerrar? Agora que o banco tem de ser defendido como um banco público apoiado por comunistas, bloquistas e socialistas, isto é de um cinismo atroz, um cinismo atroz”, disse Passos Coelho durante um almoço das mulheres sociais-democratas do distrito do Porto, realizado em Ermesinde.

Recusando a “violência constante do líder do PSD”, Carlos César sublinhou que o PS insiste em dizer aos portugueses que, na sua leitura da democracia, os partidos da oposição não são vistos como um inimigo mas como "adversários” que ajudam o Governo e o PS a serem “melhores nos deveres com os portugueses”.

“Como se pode dizer que o PS quer privatizar a Caixa Geral de Depósitos se fomos nós, justamente, que o conseguimos evitar e aprovar em Bruxelas a capitalização pública dessa instituição, mantendo o universo das instituições públicas bancárias do nosso país”, questionou.

Carlos César acrescentou ainda que foi quando o PSD esteve na governação que, após o processo de capitalização, em 2012, a Comissão Europeia aprovou, em conjugação com o Governo nacional, o fecho de 150 balcões da Caixa Geral de Depósitos, no âmbito do processo de reestruturação.

Em matéria de descentralização, Carlos César acusou os social-democratas de não avançaram com este processo quando estiveram na governação.

“Numa semana em que o PS defendeu a aprovação de todos os diplomas, em matéria de descentralização, que foram apresentados na Assembleia da República, o PSD manifestou-se contra a aprovação do diploma apresentado pelo PS”, concluiu o presidente do PS.