“A tecnologia vai ter a resposta para uma economia descarbonizada, e alcançada de uma forma que não negue aos nossos cidadãos, especialmente nas economias em desenvolvimento, os meios de subsistência ou a oportunidade para uma melhor qualidade de vida”, afirmou Scott Morrison.

Numa intervenção na Cimeira de Líderes Mundiais, Scott Morrison disse que “ajudar na redução do custo de tecnologia e permitir que seja adotada em grande escala está no centro da estratégia australiana” para alcançar o objetivo da neutralidade carbónica em 2050.

“As soluções tecnológicas limpas devem conseguir bater em competição as tecnologias existentes se querem ser bem-sucedidas, em especial em economias desenvolvidas”, justificou o chefe de Governo australiano.

A Austrália é um dos principais produtores de carvão, indústria da qual dependem cerca de 40 mil postos de trabalho, e também está a investir na exploração de gás natural.

“Ajudar a emergência de tecnologias com emissões baixas e ajudar a adoção generalizada está no centro do nosso plano”, afirmou, defendendo baixos custos para o hidrogénio, energia solar, aço e alumínio, captura de carbono, armazenamento de energia e de carbono.

Ainda assim, Morrison melhorou para 35% as suas metas para a redução de emissões de gases com efeito de estufa até 2030, excedendo o compromisso de Paris de 26% relativamente aos níveis de 2005.

Prometeu também duplicar o financiamento para o clima em dois mil milhões de dólares (1,7 mil milhões de euros).

O primeiro-ministro australiano falava numa sessão de declarações abertas a todos os chefes de Estado ou chefes de governo presentes em Glasgow, sobre as suas metas e planos para combater as alterações ambientais.

As intervenções de hoje acabaram e serão retomadas na terça-feira para dar espaço aos restantes países.

Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos reúnem-se até 12 de novembro, em Glasgow, Reino Unido, na 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26) para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.

A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.

Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que, ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.