Em entrevista ao semanário francês Le Point, a propósito da sua visita a Paris, o chefe do Governo húngaro referiu que não se pode “tomar a decisão de começar um processo de negociação de adesão”.

A adesão da União Europeia vai estar no centro da discussão durante o Conselho Europeu, que se realiza em 14 e 15 de dezembro.

Orbán disse que a sua posição, do ponto de vista jurídico, “não é propriamente um veto”, mas garantiu não contribuir para tomar más decisões.

Apesar de reconhecer que a Ucrânia está a atravessar um período difícil perante a invasão Rússia e de ser “legítimo” que a União Europeia envie sinais de apoio, Viktor Orbán notou que a abertura das negociações para a entrada na UE não deve estar em cima da mesa.

Para o primeiro-ministro húngaro, os ucranianos “não estão prontos para negociar” e os europeus não estão dispostos a aceitá-los como membros de pleno direito.

Por outro lado, vincou que a Hungria sabe “exatamente” qual a situação da Ucrânia, notando que não é o que Bruxelas apresenta nos relatórios de preparação.

O relatório da Comissão Europeia que revela que a Ucrânia já cumpre quatro das sete condições estabelecidas “é simplesmente falso” porque a Ucrânia é “um dos países mais corruptos do mundo”, avisou.

O semanário Le Point noticiou que o primeiro-ministro húngaro tentou convencer o Presidente francês, Emmanuel Macron, de que, em vez da abertura das negociações de adesão, deveria ser proposta à Ucrânia uma “aliança estratégica”.